“Malteses” inauguram nova sede da Casa da Malta
No passado sábado, 26 de novembro, a Casa da Malta viveu mais um dia que ficará perpetuado na sua história com a inauguração da nova sede social, no Sítio das Hortas, em Alcochete. Mais de 130 “malteses” e amigos da Casa Malta, autarcas locais e representantes do movimento associativo marcaram presença neste dia tão importante que foi também o culminar de um trabalho iniciado há vários anos.
“Estamos, de facto, no culminar de um processo muito longo, muito difícil, em que houve mulheres e homens que ousaram sonhar”, começou por referir o presidente da Câmara Municipal. E prosseguiu: “(…) e foi um sonho muito longo, em que sobressaiu sobretudo a vontade férrea e inabalável de conseguir construir uma nova sede social que conferisse maior conforto, comodidade, melhores condições acústicas e que pudesse acomodar mais amigos da Casa da Malta”.
Visivelmente satisfeito pela chegada deste dia, Augusto Madeira, presidente da Casa da Malta, fez questão de enumerar as entidades, empresas, particulares e amigos da Casa que deram o seu contributo para que esta inauguração fosse uma realidade. “Foi um longo trabalho, um longo percurso em que surgiram alguns problemas que não interessa enumerar, mas houve um grande sacrifício e um grande trabalho da direção em geral (…)”, disse.
Foram quase dois anos a trabalhar na construção da nova sede social, constituída por uma ampla sala de convívio e cozinha. A câmara municipal cedeu o terreno para a sua construção, assim como apoiou com a cedência de máquinas, equipamentos e alguns materiais necessários na obra. A mão-de-obra foi dada pelos inúmeros amigos da tertúlia.
“(…) Houve um empenho muito forte destas pessoas que quiseram perpetuar esta memória para o futuro. Uma memória de fado, uma memória de afición, em que a festa brava, o toiro e os forcados, mas também os cavaleiros, fazem parte da essência desta casa. E é também uma casa de amizade, o que permitiu que a comunidade, não só a de Alcochete, mas de Vila Franca e outros locais, se unissem e contribuíssem para que este dia pudesse finalmente chegar”, reforçou Luís Miguel Franco.
O presidente da junta de freguesia de Alcochete, Estêvão Boieiro, também presidente da assembleia geral da Casa da Malta, evidenciou nas suas palavras a maneira de estar e de ser dos malteses: “(…) somos defensores principalmente da fraternidade, da crença e da tradição e somos mais ousados do que aquilo que alguma vez julgaria que fossemos. Tanto assim o é que ousamos sonhar”, salientou Estêvão Boieiro que, depois desta inauguração, acredita que Alcochete só ficou a ganhar. “Alcochete agradece, tem mais uma nova casa que é mais um museu. O que não faltam são recordações por estas paredes”, frisou.
Fotografias de convívios da Casa da Malta, noites de fado, fadistas que fazem parte da história de Alcochete, corridas de toiros e de forcados da terra “vivem” e transmitem memórias e algumas histórias locais a quem visita a nova sede da Casa da Malta.
E porque, se tivesse um nome, a amizade que se faz à mesa da refeição, chamar-se-ia Casa da Malta, depois do hastear das bandeiras, a inauguração da Casa da Malta foi marcada por um almoço de confraternização, onde não faltou o tradicional apontamento de fados protagonizado por vários amigos desta tertúlia.