Assembleia Municipal considera situação política e social do País “desastrosa”
A moção foi apresentada e aprovada pela bancada da CDU, com a abstenção do PS e os votos contra do PSD.
“Portugal vive uma situação de destruição económica e desastre social, menos riqueza criada e distribuída de forma ainda mais desigual”, refere a moção, acrescentando que se assiste a “um declínio acentuado e acelerado da nossa sociedade”.
Os deputados municipais consideram ainda que “o projecto de regressão económica e social e de amputação da soberania, aplicado pelo Governo PSD/CDS, está a destruir o País”.
Segundo a moção, “a troika impõe um programa que tudo agrava e nada resolve, provoca uma recessão económica cada vez mais profunda” e “agrava brutalmente o desemprego”, a que se soma o “aumento do custo de vida”.
“A política em curso penaliza gravemente não só as novas gerações de trabalhadores, sujeitas de forma agravada ao desemprego, à precariedade, como também a situação dos reformados e pensionistas do sector público e do privado, cujas reformas e pensões, na sequência de uma vida de trabalho, se mantém na sua maioria abaixo do limiar de pobreza”, refere o documento aprovado.
Para a Assembleia Municipal de Alcochete, “é tempo de inverter este rumo”, o rumo de uma política em que “também o Poder Local Democrático, uma das principais conquistas da revolução de Abril, sofre recuos e ataques nunca antes preconizados: tenta-se o seu afastamento das populações, tornando-o mais opaco, diminuindo a sua democraticidade e coartando a sua autonomia com novos diplomas legais, nomeadamente com a continuidade de uma Lei de Finanças Locais totalmente desajustada da realidade”.
Na discussão da moção, também o Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Luís Miguel Franco, salientou que “com este Governo estamos à beira do abismo”. “Demos um passo em frente a caminho de um aumento brutal de impostos, congelamento e redução de salários, supressão dos subsídios de férias e de Natal, medida que em determinado momento só afectou os funcionários públicos mas que a partir do próximo Orçamento de Estado vai afectar todos os portugueses”, referiu o autarca. “Estas políticas estão a transformar a vida dos portugueses num autêntico caos”, disse.