Autarcas e munícipes reivindicam cuidados médicos para São Francisco
Cerca de uma centena de pessoas participaram na sessão pública no dia 7 de Maio, em São Francisco, convocada pela Pró - Comissão de Utentes de Defesa dos Serviços Públicos de Alcochete para debater o encerramento dos serviços médicos na Extensão de Saúde da Freguesia de São Francisco.
Esta sessão pública, que decorreu no Salão da Junta de Freguesia de São Francisco, contou com as presenças do Presidente da Câmara Municipal, Luís Miguel Franco, do presidente da Assembleia Municipal, Miguel Boieiro, do presidente da Junta de Freguesia de São Francisco, António José Soares, do representante do MUSPA, José Sales e da deputada da Assembleia da República do PCP, Paula Santos, bem como do representante da comissão organizadora, António Gil e de numerosos autarcas.
“Julgo que está aqui tanta gente na noite de hoje porque estamos a falar de um problema que nos aflige e de algo que nos diz muito e que tem a ver com a saúde e com os nossos direitos à saúde”, salientou o Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, após as intervenções do representante da Comissão de Utentes, do presidente da Assembleia Municipal, na qualidade de moderador, e do presidente da Junta de Freguesia de São Francisco.
“Agora, infelizmente, vemo-nos confrontados com esta lamentável decisão de encerramento das consultas clínicas na Freguesia de São Francisco e enquanto presidente da Câmara Municipal de Alcochete lamento que a Câmara Municipal tenha sido a última entidade pública a ser informada desta decisão do Centro de Saúde de encerramento destes serviços na Freguesia de São Francisco”, afirmou Luís Miguel Franco, que considerou ainda que “a população de São Francisco foi a última vítima das políticas que têm sido implementadas” e que têm conduzido “a uma marcante degradação dos serviços clínicos e dos cuidados de saúde prestados à população”.
O autarca lembrou ainda que “a Câmara Municipal tem tido uma actuação transversal em relação à área da saúde no concelho de Alcochete” ao reivindicar “a construção de um novo Hospital que sirva as populações de Alcochete e do Montijo”, ao assumir “, em substituição do Ministério da Saúde, a construção de um edifício para a Extensão de Saúde do Samouco” e ao exigir que “o posto de atendimento existente em São Francisco seja, a curto prazo, substituído por outras instalações com muito melhores condições quer para os utentes, quer para os profissionais de saúde”.
“Tive uma reunião com a Sra. Directora do Agrupamento de Centros de Saúde do Arco Ribeirinho no dia 9 de Abril e fui confrontado com a decisão, já assumida, de encerramento temporário, dizem eles, dos serviços de saúde em São Francisco e, no imediato, manifestei a total discordância da Câmara Municipal de Alcochete no que diz respeito a esta decisão e informei de que tudo iríamos fazer, em colaboração com a população, para que a situação do atendimento médico venha a ser reposta e até optimizada no que diz respeito à Extensão de Saúde de São Francisco”, salientou o presidente da Câmara Municipal de Alcochete, que referiu igualmente ter obtido a mesma resposta negativa na reunião realizada com o Vice-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
“Quer o Governo, quer a ARSLVT, quer o Agrupamento de Centros de Saúde entendem que não existem condições para alterar esta situação. Nós entendemos que não têm razão e que têm o dever, quando supostamente confrontados com um défice de médicos no concelho, de criar condições para trazer mais médicos para que não sejam as populações as mais prejudicadas”, acrescentou o edil, que concluiu a sua intervenção com um apelo à união de todos, autarcas e população, no sentido da salvaguarda dos interesses da população da Freguesia de São Francisco. “Somos cidadãos de pleno direito como todos os cidadãos deste País e exigimos mais e melhor saúde para todos”, disse.
A sessão pública prosseguiu com várias intervenções de vários munícipes de São Francisco, que deram conta da urgente necessidade de manutenção dos serviços médicos nesta localidade e de algumas fragilidades inerentes ao funcionamento da Extensão de Saúde em São Francisco.
No final da sessão, que contou também com a intervenção da deputada do PCP, Paula Santos, o Presidente da Câmara Municipal reiterou a disponibilidade das autarquias locais para, em conjunto com a população, encetarem diversas formas de luta e de reivindicação e apelou à subscrição do abaixo-assinado, disponível à população nos serviços públicos da Câmara Municipal, assim como à colaboração da população da Freguesia de São Francisco na resposta ao questionário sobre as suas carências e expectativas em matéria de saúde que está a decorrer na Junta de Freguesia de São Francisco.