Projecto “Raízes” revisita fados tradicionais em Alcochete
Mais do que um espectáculo de fado, “O Fado como Destino” é uma homenagem à cultura portuguesa e a temas musicais que nos têm acompanhado ao longo da vida.
Temas conhecidos de Carlos Paredes, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo e Vitorino são, neste espectáculo, objecto de criação musical e alvo de uma linguagem muito específica que une o fado à música clássica, ao tango e ao flamenco.
Com um piano e uma guitarra, Nuno Tavares e André Santos estabeleceram uma proximidade e um diálogo muito próprio com quem passou pelo Núcleo de Arte Sacra e assistiu a este espectáculo de fado que também “abre portas” a outras influências musicais, assim como à participação do público que não se intimidou e acompanhou os músicos em alguns temas.
Aliás, a originalidade deste espectáculo deve-se também ao facto de não haver nenhum fadista em palco. Sobre esta opção, André Santos explicou que “o objectivo é recorrer a temas bem conhecidos e dar uma nova roupagem e, se fosse a cantar, seria muito mais difícil dar essa nova roupagem”.
Com bases de formação que vão imbuir influências à música clássica, ao jazz e ao flamenco e com alguma dose de improvisação, os músicos que integram o projecto Raízes dão corpo a um espectáculo único, de elevada qualidade musical que não esquece o lado tradicional do fado.
“Há mil e uma vertentes do fado, há fusões com o flamenco, com o tango, mas eu prefiro ouvir os fados tradicionais. Acho que é importante desenvolver e evoluir mas não esquecendo o tradicional, pois há espaço para tudo”, destacou André Santos.
Entrevista com André Santos