Município de Alcochete aposta no reforço da mobilidade urbana
O Município de Alcochete recebeu a Bandeira de Prata da Mobilidade da Associação Portuguesa de Planeadores do Território, no decorrer da cerimónia que se realizou na passada sexta-feira, dia 20 de Fevereiro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
A atribuição da Medalha de Prata da Mobilidade ao município vem na sequência da realização de um conjunto de intervenções executadas na área de adesão constituída por vários arruamentos e largos situados no centro do Núcleo Antigo da vila de Alcochete com destaque para o reordenamento e criação de mais lugares de estacionamento e a consequente disponibilidade dos passeios para os peões, a criação de mais passadeiras, o rebaixamento de passeios, a remodelação de pavimentos desnivelados, entre outras acções, que contribuíram no total para uma taxa de execução de 47% do programa proposto.
A cerimónia de atribuição da referida distinção contou com a participação do Presidente da Câmara Municipal, Luís Miguel Franco, do Vice-presidente, António Luís Rodrigues, do Vereador da Cultura, Paulo Alves Machado, e da representante da Associação Portuguesa de Planeadores do Território, Inês Marrazes.
“Não obstante a atribuição desta Bandeira de Prata da Mobilidade, que muito nos honra, o Município tem programadas outras intervenções que incidem sobre a área de adesão e estou a falar da Rua do Mercado, da Rua João de Deus e Rua do Catalão, Rua Chão do Conde, Rua do Norte e Largo da Misericórdia e ainda da intenção política da Câmara Municipal de requalificar a Avenida D. Manuel I”, salientou o Presidente da Câmara Municipal.
O autarca salientou que estão ainda previstas outras intervenções no concelho, com destaque para a requalificação do Largo de São Brás, na freguesia de Samouco, e que a Autarquia “pretende instituir uma nova cultura de mobilidade no Município de Alcochete” com o incentivo e a criação de mais condições para a prática de andar a pé e de bicicleta através da implementação do Programa de Eco-Mobilidade Sustentável do Município de Alcochete (PEDAL).
“Alcochete tem todas as condições para que, no âmbito da gestão do espaço público e de um correcto ordenamento do território, possamos diminuir esta forte dependência que ainda hoje sentimos em relação à utilização individual do automóvel”, sublinhou Luís Miguel Franco.
“Encontro-me aqui para incentivar, homenagear e dizer em voz alta que Alcochete está no bom caminho”, sublinhou Inês Marrazes, em nome da Associação Portuguesa de Planeadores do Território, entidade que em 2003 (Ano Europeu da Pessoa com Deficiência) lançou o desafio a uma centena de municípios para a criação da Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos.
“É lógico que existe muito território onde eliminar essas pequenas barreiras que, muitas das vezes, podem não ser coisas muito significativas. Às vezes basta só mudar a sinalética e recolocá-la no sítio certo, mudar a papeleira porque está no meio do passeio ou colocar os contentores do lixo fora do percurso do peão”, referiu.
Inês Marrazes sublinhou que as questões da mobilidade não dizem apenas respeito às pessoas portadoras de deficiência, dado que “a qualquer momento da nossa vida podemos ver-nos privados dessa mesma mobilidade”.
Para o Vice-presidente da Câmara Municipal, “o estacionamento abusivo é um dos problemas principais dos centros urbanos” e um dos objectivos do Executivo Municipal é “reduzir o número de veículos que circulam no Núcleo Antigo da vila de Alcochete com a criação de novas zonas de estacionamento na periferia”, assim como alargar a área de intervenção em termos da mobilidade urbana.
António Luís Rodrigues mostrou-se ainda desfavorável à total interdição da circulação automóvel no Núcleo Antigo, uma vez que isso significaria “matar o Núcleo Antigo de Alcochete, que tem muita vida, muitos restaurantes, muitos serviços e onde moram muitas pessoas”.
Por seu turno, o Vereador da Cultura, Paulo Machado destacou dois aspectos que considera fundamentais: “o município de Alcochete tem estratégia e pensa no futuro com a ideia de que a cidade é para todos, em que a compatibilização da dimensão do trabalho, da dimensão do lazer, da vida da família é possível e é desejável” e que “esta é uma dimensão de cidadania em que os projectos só podem ser possíveis se, para além do esforço das autarquias, possamos pensar o futuro em que o cidadão se envolve ele próprio no trabalho em prol da sua própria cidade”. “As cidades e as vilas são de todos e para todos”, concluiu.