II Festa da Gastronomia apresenta dezoito receitas de bacalhau
Os restaurantes “A Quinta”, “Alcaxete”, “Arco-Íris”, “Al-Foz”, “Arena dos Petiscos”, “Barrete Verde”, “Estrada Real”, “Lusitânia”, “O Arrastão”, “O Barriguinhas”, “O Cardoso”, “O Flute”, “O Gourmêtt”, “O Marítimo”, “Radical”, “Os Petiscos do António”, “Sabores do Alentejo” e “Solar do Peixe” aceitaram o desafio da Câmara Municipal de Alcochete, entidade organizadora da iniciativa, para reinventar vários sabores de bacalhau, um dos alimentos por excelência da cozinha tradicional alcochetana.
As receitas do “Bacalhau Alcochetano”, do “Bacalhau à Brás”, do “Bacalhau em Broa” e “Bacalhau à Lusitânia” foram os pratos a concurso já apreciados este fim-de-semana pelo júri do concurso.
As receitas do “Bacalhau à Quinta”, à “Saloia”, “Arco-Íris”, “AlFoz”, “Gomes Sá”, “Arrastão”, “Alabastro”, “Espiritual”, “Flute”, “Escondido”, de “Caldeirada” e duas especialidades de “Bacalhau à Lagareiro” são outras propostas que aguardam a apreciação do júri e igualmente a atenção dos comensais.
“Alcochete tem tradição no bacalhau e acho que é uma boa tentativa para revitalizar o bacalhau nas ementas dos restaurantes locais”, afirmou o famoso Chefe Silva, membro do júri do concurso, para quem “todos os pratos de bacalhau são preferidos, desde que sejam bem feitos e bons”.
Para Celeste Cavaleiro, também júri e especialista em gastronomia, “foi uma lembrança muito feliz” da Autarquia, na medida em que “o bacalhau está na história da nossa alimentação como um recurso de pobres e ricos, tanto se confecciona de forma requintada como assado na brasa com batatas a murro e Alcochete está muito ligada ao bacalhau porque existiram aqui grandes empresas de seca do bacalhau”.
Na opinião desta especialista, “o Município de Alcochete não fica mal visto se convidar os turistas para virem a Alcochete saborear várias receitas de bacalhau durante o mês de Maio”.
“Os turistas adoram o nosso bacalhau porque ele é seco e depois demolhado e tratado de maneira muito diferente daquela que eles costumam comer, congelado ou semi-congelado. O nosso bacalhau tem um sabor diferente, com o azeite, a maneira de confeccionar, o acompanhamento da batata, o pimento…”, sublinha, para concluir que “o bacalhau é uma fonte gastronómica que nunca mais acaba”.
Numa retrospectiva do contributo que tem dado como membro do júri nos sucessivos concursos de gastronomia que a Câmara Municipal de Alcochete tem organizado desde há largos anos, Celeste Cavaleiro é peremptória: “hoje, Alcochete tem melhores restaurantes, melhor cozinha, melhores produtos do que qualquer concelho à sua volta”.
Na perspectiva de António Caetano, presidente da delegação de Montijo e Alcochete da Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, “a Câmara Municipal decidiu no sentido correcto ao valorizar aquilo que são os aspectos do desenvolvimento turístico do concelho: a restauração e a hotelaria”.
"A estratégia está bem delineada politicamente por parte da Câmara Municipal e a valorização destes aspectos traz para nós, que representamos as micro e as pequenas empresas a nível do comércio e serviços, uma grande mais-valia porque nos permite também elencar algumas estratégias de desenvolvimento”, referiu.
António Caetano salientou ainda que a associação representativa dos comerciantes está disponível para estabelecer várias parcerias com a Câmara Municipal de Alcochete e que vai iniciar, em meados de Maio, no concelho de Alcochete, dois cursos de formação em cozinha, um destinado a desempregados com equivalência ao 12.º Ano e outro para os actuais activos na restauração em horário pós-laboral, estando neste momento a decorrer o período para inscrição nas referidas acções.
Segundo Fátima dos Santos, que participa na II Festa da Gastronomia em representação da Turismo de Lisboa e Vale do Tejo – Delegação de Setúbal, o objectivo desta entidade agora detentora da marca Costa Azul é “apoiar e dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos concelhos ao nível da gastronomia” e ao mesmo tempo “recolher toda a gastronomia característica de cada concelho, aproveitar o saber das pessoas e divulgá-lo porque o turismo vive das pessoas que nos visitam e a gastronomia é um dos meios, um dos canais, que corre com maior velocidade ao nível do turismo”.