“Flor de Sal” de Arlindo Mota é apresentado em Alcochete a 20 de Junho
Neste romance, Arlindo Mota resgata o processo disciplinar instaurado, em 1939, contra um obscuro e dedicado Chefe de Secretaria, acusado de “infracção de carácter político” que visava a sua expulsão do serviço público.
A trama ficcional de Arlindo Mota não se fixa nesse episódio quase anónimo das desavenças de um chefe de secretaria com os poderosos da Vila e membros da União Nacional em Portugal na década de 30 e transmite a força das relações sociais num período circunscrito da nossa história ainda não muito distante, centrado num amor proibido que cresce por entre as areias do pecado e da intriga política.
Esta obra revela-nos a verdadeira substância do regime, a sua prepotência e intolerância, e ao mesmo tempo o percurso da consolidação do regime, assente numa Constituição suportada em aparências formais, na proibição dos partidos políticos e na instituição da União Nacional, na criação de uma polícia política (a PVDE) e na organização de forças paramilitares, como a Legião.
Arlindo Pato Mota é licenciado em Filosofia e em Direito e Mestre em Ciência Política, área científica em que prepara o Doutoramento. Actualmente exerce funções de consultoria e investigação universitária.
Colaborador das publicações da Rede SEMMAIS, onde foram publicadas as crónicas que integram o livro “Flor de Sal”, Arlindo Mota tem uma vasta experiência de colaboração na imprensa nacional e regional, com destaque para o “República Juvenil”, “Jornal de Artes e Letras”, “Notícias da Amadora”, “O Professor” antes do 25 de Abril e já no regime democrático, no jornal “Margem Sul”, de que é fundador e director, “Diário de Lisboa”, “Repórter de Setúbal” e nas revistas “Património”, “Movimento Cultural” e “Binómio”.