Festas do Barrete Verde homenageiam figuras tradicionais
O espectáculo de homenagem ao Campino, Forcado e Salineiro realiza-se no próximo dia 13 de Agosto, às 21h00, na Praça de Toiros de Alcochete e tem entrada livre.
Nascido em 1947, Victor Manuel Guerreiro da Silva tem um percurso de vida marcado pelo trabalho na terra. Aos 18 anos, era já trabalhador rural na Casa Agrícola do Eng.º Alberto Xavier, que também criava toiros de lide.
Mais tarde, saiu para a Companhia das Lezírias, passando também pela Casa Oliveira Irmãos, Casa Góis em Ponte Sôr, Herdade da Adema e Casa de José Palha. Actualmente, trabalha na Companhia das Lezírias. Nesta vida de campino, Victor da Silva adquiriu um grande conhecimento na arte do maneio do gado. Na lezíria e na charneca montou muitos cavalos, lidou com muito gado e participou em diversas entradas de toiros em terras ribatejanas.
Luciano Pina Pinto nasceu em 1945 e, os seus primeiros passos como forcado coincidem com os primórdios do Grupo de Forcados do Aposento do Barrete Verde, tendo sido um dos seus fundadores. Depois de muitas garraiadas em praças diversas, Luciano Pinto destaca como a sua primeira corrida “a sério” a de Arruda dos Vinhos.
Como primeira ajuda, Luciano Pinto ajudou em várias pegas. Com o crescimento do Grupo tornou-se “cernelheiro” e, durante seis anos, vestiu a “jaqueta das ramagens”, vivendo momentos de glória e simbolismo em várias praças do país, com especial destaque para o Campo Pequeno.
José Francisco d’Avó nasceu em 1915. Durante toda a sua vida foi salineiro e, aos 15 anos de idade carregou, pela primeira vez, uma canastra de sal para um barco que transportava os cristais brancos para Lisboa. Apesar da dureza do seu trabalho, José d’Avó relembra com orgulho e alegria quando começou a trabalhar de rodo nas mãos, a rapar o sal nas águas ferventes dos talhos.
Das suas memórias, José d’Avó não apaga a lembrança de ter estado preso devido à greve dos salineiros que, na altura, reivindicavam melhores condições de trabalho e um aumento salarial. José Francisco d’Avó trabalhou nas salinas até haver laboração nas marinhas e afirma, com convicção, que o seu dever foi cumprido.