Círio dos Marítimos de Alcochete
20 Mar 2008
População preserva tradição religiosa
O Município de Alcochete celebra na Páscoa a tradição religiosa popular do Círio dos Marítimos, expressão de uma antiga romagem de barqueiros e pescadores à Senhora da Atalaia em cumprimento de promessas.
Anualmente, a população de Alcochete manifesta a sua devoção e culto à Senhora da Atalaia na ermida erigida no monte da Atalaia, situada no limite geográfico do concelho do Montijo com o de Alcochete, outrora local de destino de numerosos círios provenientes de várias localidades da região de Setúbal e de Lisboa.
A festa do Círio dos Marítimos inicia-se no sábado de Aleluia com o encontro de todos os colaboradores do festeiro em Alcochete, onde almoçam e jantam na casa do Círio. Para anunciar a festa, o duo de gaiteiros chega de barco à Vila cerca das 16 horas e percorre as ruas do núcleo antigo a tocar gaita-de-foles e caixa, enquanto que o fogueteiro vai lançando foguetes ao ar.
No Domingo de Páscoa, a tradição manda que os gaiteiros vão de manhã a casa das raparigas e mulheres participantes no cortejo para as convidar para a festa. Após o almoço oferecido pelo festeiro aos arrematantes de bandeiras e fogaças, começa, cerca das 18 horas, o cortejo de mulheres solteiras e casadas, montadas em burros, nas ruas de Alcochete, acontecimento que traz muitos visitantes ao núcleo antigo da Vila.
À frente do cortejo temos o festeiro e o juiz, cada um em seu cavalo, seguidos, em primeiro lugar, pela “juíza” e, em segundo, pela “juíza” do ano que vem. Depois vêm as solteiras e casadas. A penúltima mulher do cortejo é a festeira do ano que vem e a última é a festeira deste ano. O cortejo integra ainda um carro de bois, devidamente engalanado, que transporta os gaiteiros que animam a festa durante os quatro dias.
Após duas voltas à Vila, os participantes no cortejo e respectivas famílias seguem para a Atalaia, onde jantam e convivem na “casa do círio”.
Na manhã seguinte, segunda-feira, de carro ou a pé, os devotos desta tradição dirigem-se à ermida da Atalaia com as bandeiras, que mantiveram nas suas casas desde o ano anterior, para as entregar ao festeiro e pagar o preço do valor da arrematação do ano anterior, receita que serve para pagar as despesas do círio deste ano.
Durante a manhã realiza-se a missa da festa na Igreja da Atalaia, seguida da procissão das bandeiras, em que o estandarte - guião, com a cruz em prata, vai na dianteira, secundado por duas alas de bandeiras. Acabada a procissão, os romeiros entram na Igreja para uma última oração.
Depois do almoço na Atalaia, cerca das 15 horas, o leilão das bandeiras e fogaças tem início, cerimonial que é muito apreciado e que conta com uma elevada participação da população.
Ao final da tarde, já com as medalhas na lapela, os arrematantes regressam às ruas da Vila de Alcochete para a realização do segundo cortejo das mulheres, montadas em burros, e dos arrematantes que exibem as suas bandeiras e se fazem transportar nas suas viaturas.
O Círio dos Marítimos de Alcochete termina à terça-feira com um almoço na Casa do Círio de Alcochete, actualmente nas instalações da antiga fábrica do Alumínio, e com o desfile a pé pelas ruas da Vila dos participantes no Círio, seguindo à frente os novos juiz, juíza e festeiro.
Para Luís Marques, autor da obra “Tradições religiosas entre o Tejo e o Sado”, o Círio dos Marítimos de Alcochete é “um dos exemplos mais expressivos das tradições círias estremenhas”, “festa que marca na vida da sociedade local, um forte momento de escape”.
Anualmente, a população de Alcochete manifesta a sua devoção e culto à Senhora da Atalaia na ermida erigida no monte da Atalaia, situada no limite geográfico do concelho do Montijo com o de Alcochete, outrora local de destino de numerosos círios provenientes de várias localidades da região de Setúbal e de Lisboa.
A festa do Círio dos Marítimos inicia-se no sábado de Aleluia com o encontro de todos os colaboradores do festeiro em Alcochete, onde almoçam e jantam na casa do Círio. Para anunciar a festa, o duo de gaiteiros chega de barco à Vila cerca das 16 horas e percorre as ruas do núcleo antigo a tocar gaita-de-foles e caixa, enquanto que o fogueteiro vai lançando foguetes ao ar.
No Domingo de Páscoa, a tradição manda que os gaiteiros vão de manhã a casa das raparigas e mulheres participantes no cortejo para as convidar para a festa. Após o almoço oferecido pelo festeiro aos arrematantes de bandeiras e fogaças, começa, cerca das 18 horas, o cortejo de mulheres solteiras e casadas, montadas em burros, nas ruas de Alcochete, acontecimento que traz muitos visitantes ao núcleo antigo da Vila.
À frente do cortejo temos o festeiro e o juiz, cada um em seu cavalo, seguidos, em primeiro lugar, pela “juíza” e, em segundo, pela “juíza” do ano que vem. Depois vêm as solteiras e casadas. A penúltima mulher do cortejo é a festeira do ano que vem e a última é a festeira deste ano. O cortejo integra ainda um carro de bois, devidamente engalanado, que transporta os gaiteiros que animam a festa durante os quatro dias.
Após duas voltas à Vila, os participantes no cortejo e respectivas famílias seguem para a Atalaia, onde jantam e convivem na “casa do círio”.
Na manhã seguinte, segunda-feira, de carro ou a pé, os devotos desta tradição dirigem-se à ermida da Atalaia com as bandeiras, que mantiveram nas suas casas desde o ano anterior, para as entregar ao festeiro e pagar o preço do valor da arrematação do ano anterior, receita que serve para pagar as despesas do círio deste ano.
Durante a manhã realiza-se a missa da festa na Igreja da Atalaia, seguida da procissão das bandeiras, em que o estandarte - guião, com a cruz em prata, vai na dianteira, secundado por duas alas de bandeiras. Acabada a procissão, os romeiros entram na Igreja para uma última oração.
Depois do almoço na Atalaia, cerca das 15 horas, o leilão das bandeiras e fogaças tem início, cerimonial que é muito apreciado e que conta com uma elevada participação da população.
Ao final da tarde, já com as medalhas na lapela, os arrematantes regressam às ruas da Vila de Alcochete para a realização do segundo cortejo das mulheres, montadas em burros, e dos arrematantes que exibem as suas bandeiras e se fazem transportar nas suas viaturas.
O Círio dos Marítimos de Alcochete termina à terça-feira com um almoço na Casa do Círio de Alcochete, actualmente nas instalações da antiga fábrica do Alumínio, e com o desfile a pé pelas ruas da Vila dos participantes no Círio, seguindo à frente os novos juiz, juíza e festeiro.
Para Luís Marques, autor da obra “Tradições religiosas entre o Tejo e o Sado”, o Círio dos Marítimos de Alcochete é “um dos exemplos mais expressivos das tradições círias estremenhas”, “festa que marca na vida da sociedade local, um forte momento de escape”.