Autarcas de Alcochete exaltam valores e ideais de Abril
Na sessão que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, no dia 25 de Abril, Luís Miguel Franco sublinhou que “a Revolução é também dos jovens de agora” e “revela-se sempre que os jovens lutam por um futuro melhor, por um ensino democrático, por um emprego com direitos, pela democracia na escola e na empresa, pela defesa do ambiente e na luta contra o racismo e a xenofobia”.
“É fundamental que tenhamos presente, na alma e na razão, que o que nos junta aqui hoje não é apenas uma data que passou a constar da história do nosso país mas, acima de tudo, que esta é a oportunidade de celebrarmos, de forma viva, digna e grandiosa, um dos mais altos valores que Abril nos deu: a liberdade”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, dirigindo-se às pessoas presentes na sessão solene, nomeadamente ao Presidente da Assembleia Municipal de Alcochete, aos Vereadores António Luís Rodrigues, Paulo Alves Machado, José Luís Alfélua e Rosália Barbosa, aos Presidentes das Juntas de Freguesia de Alcochete e de Samouco e aos deputados municipais.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Alcochete partilha, no presente, os ideais da Revolução: “Abril é oportunidade de evolução, de crescimento sustentado e de desafio e estes são, com certeza, os epítetos destinados a Alcochete, um Município que aceita desafios, que não teme a evolução porque pretende um desenvolvimento sustentado. O novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete e a nova travessia do Tejo entre Chelas e o Barreiro são oportunidades únicas na história deste concelho”, afirmou.
“Teremos de abraçar este período especial com o devido empenhamento, um período de impulso renovado na promoção de mais emprego, maior crescimento, de novas oportunidades, mas um novo impulso também na adopção de medidas, de instrumentos e de acções capazes de fazer evoluir o território para mais elevados patamares de resposta às vontades de quem nasceu em Alcochete e de quem escolheu esta terra para morar”, referiu.
“Quero, hoje, aqui, destacar e agradecer a todos os democratas, de todos os quadrantes políticos, que durante mais de trinta anos de poder local democrático, desempenharam funções, muitas vezes de forma abnegada, em prol da população de Alcochete e do país. Foram esses autarcas que, logo após o 25 de Abril de 1974, assumiram a enorme responsabilidade da construção de um país devastado”, disse o edil.
Luís Miguel Franco destacou as conquistas alcançadas com a Revolução de Abril: “a Revolução fez-se porque o povo assim ditou, encaminhou-nos para o desenvolvimento, para a liberdade e democracia, institucionalizou a livre organização e acção dos partidos políticos, o poder local democrático, a definição de uma administração pública ao serviço dos interesses das populações e do país, deu-nos a Reforma Agrária, a nacionalização de sectores básicos e estratégicos, o controlo de gestão e o apoio aos pequenos e médios agricultores, comerciantes e industriais, consagrou os direitos dos trabalhadores, o direito à greve, à contratação colectiva, à liberdade sindical e às comissões de trabalhadores, garantiu a melhoria das condições de vida, o salário mínimo, o subsídio de desemprego, o mês de férias, mas sobretudo, a afirmação da dignidade e a valorização do trabalho e dos trabalhadores; permitiu o acesso à saúde, ao ensino, garantiu segurança social, os direitos das mulheres e dos jovens. Impulsionou a criação, fruição e promoção da cultura; assegurou a paz, com o fim da guerra colonial e garantiu-se a cooperação com outros povos do mundo”.
O autarca apelou à participação dos munícipes “para a construção do futuro”, manifestando a vontade política de concretização de “políticas públicas activas e colaborantes, onde o cidadão terá um papel fundamental”. “Torna-se necessário que o cidadão sinta a importância do seu papel nesta comunidade, associando-se às mais diversas iniciativas específicas, como o Orçamento Participado, a revisão do Plano Director Municipal, as sessões públicas da Assembleia Municipal e de Assembleia de Freguesia, fóruns primordiais para a defesa dos nossos interesses e valores sociais fundamentais”.
Apelou igualmente a “todos os autarcas e eleitos para uma participação assídua, permanente e responsável nos órgãos para os quais foram designados”.
A sessão solene comemorativa do 25 de Abril em Alcochete contou igualmente com as intervenções do Presidente da Assembleia Municipal de Alcochete, Miguel Boieiro, e dos representantes dos partidos com assento no órgão deliberativo do Município: Maria das Mercês Borges (PSD), Luís Rodrigues (PS) e de Paula Pereira (CDU).
Na sua intervenção, o Presidente da Assembleia Municipal de Alcochete referiu que o 25 de Abril não é celebrado, este ano, pela primeira vez, na Região Autónoma da Madeira, na sequência da decisão da Assembleia Regional e do Governo madeirense de substituir a celebração do 25 de Abril por uma evocação cívica do 25 de Novembro de 1975.
Para Miguel Boieiro, “compete aos eleitos do Poder Local, emanação directa do 25 de Abril, pugnar, sem peias, pelos ideais que estiveram na génese da Revolução dos Cravos”. “Nós, eleitos do Poder Local Democrático, temos que ser dignos da população que nos elegeu e, por isso, homenagear o 25 de Abril deverá ser aqui, agora e sempre, uma obrigação, um estímulo para os nossos deveres cívicos e patrióticos, uma generosa expressão de respeito, admiração e alegria”.
A sessão solene contou ainda com um momento de “poesia de intervenção de todos os tempos” pelo Grupo de Jograis U-Tópico, constituído por Maria Luísa, Maria de Fátima, Manuel Diogo e António Freire. Este Grupo declamou poemas de Gil Vicente, Luís de Camões, Bocage, João de Deus, Guerra Junqueiro, António Aleixo, José Gomes Ferreira, António Gedeão, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner Andresen, Carlos Oliveira, Reinaldo Ferreira Filho, Natália Correia, Moita Macedo, Armando Pinheiro, Manuel Alegre, Glória Maria Marreiros, Manuel Bandeira, Agostinho Neto e José Carlos Ary dos Santos.