Inauguração Exposição 'Padre Cruz - 75 Anos Depois
A exposição “Padre Cruz – 75 anos Depois” foi oficialmente inaugurada no dia 22 de julho, num evento que contou com a presença de figuras da Igreja Católica, bem como familiares do Padre Cruz. Nesta exposição estão patentes alguns dos pertences que mais caracterizavam um homem descrito como um fiel seguidor das premissas de Deus e que sempre fez questão de viver uma vida humilde e sem pretensiosismos. Ao longo de um percurso pensado ao pormenor e de forma cronológica, “Padre Cruz – 75 anos depois” mostra a vida e obra de Francisco Rodrigues da Cruz.
A Galeria Municipal dos Paços do Concelho recebe, até ao próximo dia 27 de outubro, a mostra que retrata a vida e obra de um nome incontornável da Igreja Católica e que quis a vida que nascesse justamente em Alcochete.
A inauguração contou com a participação de Maria da Conceição da Cruz de Sousa, sobrinha bisneta do Padre Cruz, que interveio em representação da família do sacerdote, reconhecendo a importância da figura do seu tio para a sociedade da época em que viveu e a importância que ainda hoje detém ao ser reconhecido 75 anos depois da data da sua morte. “Depois de ser ordenado Sacerdote deixou de estar fixo num lugar e teve apenas a urgência de reconduzir a Cristo tudo e todos. Por isso, a sua família alargou-se, porque amava todos em Cristo. O Padre Cruz percorreu Portugal inteiro e esta itinerância abrangia todo o tipo de faixas da sociedade. Convivia com pessoas de todas as condições e classes sociais, crentes e descrentes, militantes dos vários partidos políticos”, disse Maria da Conceição da Cruz de Sousa.
Falamos de um homem que soube ganhar o respeito e a amizade de todos, tendo, inclusive, sido ajudado por um ministro da época, que lhe deu o seu passe de utilização dos transportes públicos, para que pudesse circular livremente na cidade de Lisboa. Um homem que “não tinha nada de seu. Desde o que comia ao que vestia, tudo lhe era dado”, explicou a sobrinha bisneta. Maria da Conceição da Cruz de Sousa, visivelmente emocionada, continuou ainda a sua intervenção relembrando que o tio tinha “para todos uma palavra de compaixão e estava de braços abertos para os acolher, com uma alegria que era difícil de definir. Aquela alegria era um estado de graça e, mesmo nos momentos mais difíceis, não a perdeu. Era assim que atraía os outros”.
Já o padre Dário Pedroso, vice-postulador da Causa do Padre Cruz, fez questão de destacar a devoção do pároco a Fátima: “ele foi o primeiro confessor da irmã Lúcia e foi diretor espiritual dos Pastorinhos, entretanto já canonizados. Foi por isso que o Padre Cruz começou a ir a Fátima todos os dias 13, não para ver Nossa Senhora, mas para confessar e para estar com o povo, porque era isso que lhe interessava, dar um conselho, ajudar”.
“O Padre Cruz buscava na oração esta capacidade de amar e de servir. É bonito pensar que, já velhinho, foi à Madeira visitar os presos”, continuou Dário Pedroso ao realçar ainda as atitudes em prol da comunidade, pelas quais o Padre Cruz se tornou sumamente conhecido em episódios como a confissão dos presos e a vontade de os levar até à Igreja Paroquial, bem como a vez em que disse a missa apenas para uma pessoa, como se de uma Igreja cheia se tratasse.
Para Fernando Pinto, Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, “esta exposição, pretende, através de fotografias e objetos, prestar uma singela, mas profunda homenagem a esta vida que tantos marcou e se encontra em processo de canonização na Santa Sé. Tenho a mais profunda convicção da responsabilidade acrescida de partilhar a vida e obra de uma das nossas maiores referências: Francisco Rodrigues da Cruz, conhecido, entre a sua gente, por “Santinho Padre Cruz”.
Na sua intervenção, o autarca exaltou ainda o facto de esta exposição ser o “resultado de uma ambição coletiva, foi por nós pensada, delineada e construída ao detalhe, ao pormenor. Afinal, o nosso apóstolo da caridade, viveu a sua vida para mudar milhares de vidas!”.
Fernando Pinto terminou anunciando a sua esperança de que a “existência empolgante do Padre Cruz, de enorme solidariedade e ajuda, nos inspire a todos na luz dos nossos dias de modo a deixarmos o mundo um pouco melhor do que aquilo que encontrámos à nossa nascença”.
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