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Câmara aprova votos de pesar

  • 04/09/2025 16:15:01

Na reunião de 22 de junho, a Câmara Municipal de Alcochete aprovou por unanimidade dois votos de pesar, um pelo falecimento do músico alcochetano Armando José Crispim e outro pelo falecimento do bombeiro voluntário António Marques e guardou um minuto de silêncio em memória dos falecidos.

Armando Crispim faleceu no dia 19 do corrente mês com 91 anos de idade. A convite de Manuel da Mestra, seu vizinho e exímio clarinetista, aprendeu música na Banda da Sociedade imparcial 15 de janeiro de 1898, onde foi músico dos 13 aos 40 anos, sendo o seu primeiro instrumento o trompete. Depois tocou trombone e também bombardino.

Descendente de salineiros, Armando Crispim fez todos os trabalhos dos alcochetanos de então: trabalhar nas marinhas, primeiro a carregar água, depois a rapar sal e nas descargas do carvão e do bacalhau.

Com a ajuda do seu mestre musical António Gonçalves, da banda de Alcochete, conseguiu entrar como recruta para o Quartel de Infantaria 1, conseguindo depois lugar como músico trombonista na Banda do Exército. Aos 23 anos prestou provas na Banda da Guarda Nacional Republicana, onde foi admitido de imediato, permanecendo ao serviço desta durante 28 anos.

A par da vida profissional, Armando Crispim procurou sempre melhorar os seus estudos, tendo frequentado o Curso Comercial na Escola Ferreira Borges, em Lisboa e aos 26 anos de idade iniciou os estudos de contrabaixo de cordas no Conservatório Nacional. Durante 10 anos estudou e trabalhou arduamente ao serviço da Banda da GNR, mas também de outras bandas filarmónicas. Concluiu com brilhantismo o curso no Conservatório, acabando por ser convidado para professor de contrabaixo na referida instituição. Fez também o Curso Internacional de Música com o Professor de contrabaixo Ludwig Streicher. Com 50 anos passou à reserva e aos 58 sai da banda da GNR, mas mantém-se no Conservatório e na Orquestra Filarmónica de Lisboa
Ao longo da sua virtuosa carreira, Armando Crispim, foi ainda músico da orquestra Sinfónica do Teatro Nacional de São Carlos e da Orquestra Sinfónica Portuguesa, onde entrou aos 62 anos e se reformou aos 73 anos. Participou várias vezes, também como solista, na Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian. Entre 1993 e 1998 dirigiu com mestria a Banda da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense.

Um dos momentos mais marcantes da sua carreira, segundo o próprio, foi ter sido selecionado, conjuntamente com o violinista Carlos Fontes, em 1985, para participar no concerto da Orquestra Filarmónica Mundial, em Estocolmo, um espetáculo patrocinado pela UNICEF, em colaboração com a Academia Real Sueca de Música, a que assistiram todos os laureados com o Prémio Nobel de 1985 e a família real da Suécia. Esta orquestra seria constituída por 110 músicos de 55 países e Alcochete marcou presença através da prestação ímpar de Armando Crispim.

Alcochete sempre se orgulhou deste seu talentoso filho. Em 2008 a câmara municipal prestou-lhe homenagem, assinalando os 50 anos de carreira, através de um espetáculo de elevado nível musical, realizado no Fórum Cultural de Alcochete. Em 2009, a edilidade volta a homenagear o músico pela sua carreira, pela notabilização na área da música e pela projeção que deu ao município de Alcochete, atribuindo-lhe a medalha Dourada da Restauração, pelo 111.º aniversário da restauração do concelho de Alcochete.

Também no dia 11 de junho faleceu em Alcochete o Subchefe da Associação dos Bombeiros Voluntários de Alcochete, António José de Abreu Marques.
Nascido em 1959, António Marques ingressou no Corpo de Bombeiros Voluntários de Alcochete em 1988, mantendo-se no Quadro Ativo até à sua partida.

Foram 34 anos ao serviço da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete, ao longo dos quais acompanhou e inspirou gerações de bombeiros e bombeiras. Demonstrando sempre sentido de responsabilidade e dever, foi por várias vezes condecorado por bons e efetivos serviços.

Foi sobretudo uma vida dedicada à proteção da nossa população a quem sempre prestou socorro de forma abnegada e com total entrega e será sempre lembrado pela forma como honrou o lema “Vida por vida”, pelo sentido de lealdade, dedicação e disponibilidade aos outros.

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