Nossa Senhora dos Avieiros regressa a Alcochete
A imagem de Nossa Senhora dos Avieiros chegou ontem, dia 13 de junho, a Alcochete, onde permanecerá na galilé da Igreja da Misericórdia para veneração por parte dos munícipes até sexta-feira, 16 de junho, dia em que pelas 10h30 sairá rumo ao concelho vizinho do Montijo.
Esta imagem peregrina é transportada ao longo do rio Tejo, desde as localidades fronteiriças de Espanha até ao concelho de Oeiras. Na sua 9.ª edição, o Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo é organizado pela Confraria Ibérica do Tejo.
Ontem, várias embarcações dos pescadores de Alcochete, incluindo a embarcação do município, o Bote Leão, foram a Lisboa buscar a imagem de Nossa Senhora, uma viagem que contou com a participação das presidentes da Junta de Freguesia e da Assembleia de Freguesia de Alcochete, respetivamente Maria Manuel Maduro e Raquel Alcobia.
Para além da população, na receção à Santa na ponte-cais de Alcochete estiveram os vereadores Maria de Fátima Soares, Pedro Lavrado e Ana Sofia Maduro, assim como o padre da Paróquia de Alcochete, Ramiro Ferreira, que dirigiu a cerimónia religiosa de boas-vindas à Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo a Alcochete.
A vice-presidente e vereadora da Câmara Municipal de Alcochete, Maria de Fátima Soares, agradeceu à Confraria Ibérica do Tejo, entidade organizadora, por incluir Alcochete na rota deste evento. “É com muita emoção, muita alegria, muita satisfação e muita honra também que recebemos a Nossa Senhora no nosso concelho”, disse a autarca, que pediu a Nossa Senhora proteção para toda a comunidade, especialmente a comunidade piscatória de Alcochete.
O presidente da Confraria do Tejo, João Serrano, manifestou a sua emoção com a realização de mais uma edição do Cruzeiro, que teve início no dia 18 de maio, na localidade de Rosmaninhal, no concelho de Idanha-a-Nova, mas que também esteve junto das populações raianas espanholas: “Passámos para o outro lado do Tejo e visitámos Alcântara, Santiago, Herrera e Cedilho e ficámos surpreendidos porque as pessoas em Espanha dirigiam-se à imagem e tocavam-na, entoavam cânticos religiosos e hinos de saudação, tal e qual como em Portugal”, referiu o dirigente.
“Explicámos-lhes que se trata de uma cultura ribeirinha portuguesa, simbolizada por um barco que se chama uma bateira, num Tejo revolto em que o casal dos pescadores perdeu os remos e por isso está à deriva. A mulher toca no manto da Senhora e pede proteção. A Senhora evoca o Pai com a mão direita e a mão esquerda como se estivesse a dizer: olha por eles. E o pescador, sentindo a proteção divina, coloca a mão no peito para agradecer”, referiu João Serrano.
Com mestrado sobre o tema da cultura avieira, Alexandra Ferro, vestida a rigor como mulher avieira, participa no cruzeiro desde o seu início. “Esta iniciativa é espetacular porque o fundamental é a união das comunidades avieiras (…) e ao mesmo tempo unir o Tejo todo, desde Espanha porque o Tejo nasce lá e terminamos em Oeiras, onde é a sua foz”, salientou a investigadora.
O Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo homenageia as comunidades provenientes de Vieira de Leiria que, desde meados do século XIX e durante o século XX, migraram para o rio Tejo com os seus barcos à procura de sustento para as suas famílias, numa primeira fase fazendo dos barcos a sua casa e depois mais tarde tornando-se sedentárias nas localidades situadas nas margens do rio.
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