A Igreja de Nossa Senhora da Vida, classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 2/96, de 6 de março de 1996, encontra-se adossada a edifícios nos lados sul e nascente.
Foi no tempo de D. Manuel I que a velha albergaria da vila deu lugar ao hospital do Espírito Santo, um edifício descrito na Visitação de 1512, com uma área coberta de 90 m2 e um quintal de 116 m2 . Constituído por 3 divisões: uma casa grande forrada a madeira onde havia duas camas para pobres; uma capela ladrilhada e bem forrada, sem retábulo nem imagem, e a casa onde morava o hospitaleiro. Foi este o edifício que, anos mais tarde, respeitando os espaços do hospital, se converteu na igreja de Nossa Senhora da Vida.
Edificada na 2ª metade do séc. XVI por Afonso Figueira e sua mulher, Júlia Carvalho, onde se fizeram sepultar em campa rasa frente ao altar-mor. Em 1577 o Doutor Afonso Figueira legou à Misericórdia de Alcochete a capela, que ele e a sua mulher edificaram em honra do Espírito Santo. Foi ainda concedida a propriedade de alguns bens que o casal possuía no termo de Alcochete, para que com o seu rendimento fossem cumpridas as obrigações piedosas dispostas. Com o remanescente deveria a Misericórdia adquirir colchões e esteiras para o hospital mantido inicialmente pela albergaria da vila e, posteriormente, pela Misericórdia, o qual se localizava num anexo da capela.
Passados mais de quatrocentos anos sobre a sua edificação, a capela do Espírito Santo, que mais tarde passaria a chamar-se Igreja de Nossa Senhora da Vida, mantém-se sem alterações na sua estrutura exterior. Contudo, no interior, foram muitas e em diferentes períodos as alterações efetuadas.
Em 1758 as paredes da nave foram revestidas por silhar de azulejos, com representação de cenas da vida da Virgem, adquiridos a um azulejador de Lisboa.
Em data imprecisa, mas posterior à construção do templo, foi acrescentado um altar em cada um dos lados do arco de acesso à capela-mor. A desproporção dos mesmos face ao conjunto sugere que ambos terão sido trazidos doutro espaço para este edifício.
No ano de 1986, no decurso de uma campanha de obras realizada pela Misericórdia de Alcochete, a Igreja foi profundamente alterada no seu interior. A cobertura da nave foi reconstruída e o antigo teto de madeira decorado com pintura do séc. XVIII, representando o orago, deu lugar à abóbada de alvenaria; o púlpito foi retirado, subsistindo a marca deixada nos azulejos.