Frente Ribeirinha ganha nova área de lazer com “Passeio do Tejo”

“Sonhámos com a concretização desta obra. (…) O sonho tornou-se realidade e esta realidade é presente, mas, é sobretudo futuro”, disse ontem, 13 de Abril, o Presidente da Câmara Municipal, durante a cerimónia de inauguração do Passeio do Tejo que atraiu centenas de pessoas para a frente ribeirinha de Alcochete. Com um avanço de quinze metros sobre o rio e uma solução urbanística que privilegia a circulação pedonal e as zonas de estar, o Passeio do Tejo é um convite para momentos de lazer e descontração junto ao rio.
Depois de uma manhã repleta de actividades desportivas ao ar livre, no Jardim do Rossio, o programa de inauguração registou o seu ponto alto, à tarde, com a cerimónia oficial no Núcleo de Arte Sacra/ Igreja da Misericórdia. O Presidente da Câmara Municipal, Luís Miguel Franco, a Presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa (APL), Marina Ferreira, e o professor Sidónio Pardal discursaram perante uma plateia repleta de autarcas locais, representantes das forças vivas do Concelho e munícipes.
“Passámos ao terreno e à acção, num percurso notável que nos trouxe a este momento e à concretização de sonhos e projectos de assinalável qualidade, que acrescentam valor ao nosso território e que constituem um motivo de orgulho para todos nós”, destacou Luís Miguel Franco acrescentando ainda que esta grande intervenção partiu “de uma necessidade objectiva: uma Frente Ribeirinha em estado de degradação acentuada, que ameaçava ruir e colocar em risco a segurança de pessoas e bens e passámos para uma solução urbanística de grande qualidade, com respeito pela nossa memória identitária, mas enriquecida pela criatividade humana e nobreza da intervenção valorizando de forma sublime a beleza da nossa Frente Ribeirinha”.
A Rua do Norte, o Largo da Misericórdia e a Av. D. Manuel I foram os arruamentos contemplados neste programa de regeneração que, através da concretização de um conjunto de acções, veio garantir condições de excelência para uma vivência junto ao rio Tejo.
Para além do avanço da muralha, em quinze metros sobre o rio, esta obra, em traços gerais, contemplou trabalhos de reparação da muralha, de repavimentação, com a delimitação dos espaços para circulação automóvel e pedonal, colocação de mobiliário urbano e novas áreas ajardinadas, renovação da iluminação pública e da Ponte-Cais.
Relativamente à atribuição do topónimo ao passeio ribeirinho, o autarca explicou que
“carecendo esta obra de uma identidade própria, e dada a sua íntima relação com o rio, decidimos baptizá-la de “Passeio do Tejo”!”.
Na sua intervenção, Luís Miguel Franco relembrou ainda que a concretização desta obra está inserida num programa estratégico de reabilitação urbana do centro histórico da vila de Alcochete que se concretizou “em vários projectos e intervenções, sempre partilhados e discutidos com a população, e pretendeu acautelar os desafios que se colocavam no desenvolvimento territorial integrado e sustentado do Município de Alcochete”.
Por sua vez, a Presidente da APL, Marina Ferreira, sublinhou que esta é uma obra que marca um ciclo de colaboração entre a Câmara Municipal e o Porto de Lisboa.
“Toda a Região Metropolitana de Lisboa pode crescer e valorizar-se e, nesta parceria, neste encontro de vontades, contamos sempre com as populações, com os Municípios e com os respectivos autarcas e, é com eles, que queremos trabalhar, na certeza de que há obras, como esta mítica obra que hoje estamos aqui a inaugurar, que contribuem significativamente para o bem-estar das populações das zonas ribeirinhas”, afirmou Marina Ferreira.
Passeio do Tejo: um passeio com identidade local
Coordenador do projecto de arquitectura da Frente Ribeirinha, Sidónio Pardal, explicou, durante a cerimónia oficial, que uma das principais preocupações nesta obra foi a preservação da identidade local. “Constatei que toda esta área tinha uma forte identidade. As pessoas gostavam da frente ribeirinha e quer este local, como o centro histórico de Alcochete, tinham uma alma” e, por esta razão, procurou-se conferir à obra alguma neutralidade relativamente ao seu simbolismo para os alcochetanos.
Integrada num projecto mais amplo, Sidónio Pardal justificou ainda que “a Câmara Municipal queria criar novos espaços de jardim e interiorizar o trânsito e, para isso, teríamos que conquistar quinze metros ao rio. Nesta área teve, por isso, que haver uma maior transformação, mas teria que ser moderada e de tal forma funcional para que não deixasse saudades do que havia antes desta intervenção”.
Com a conclusão deste novo espaço junto o rio, o Presidente da Câmara Municipal recordou que é intenção do Executivo Municipal prosseguir com a “regeneração da Vila de Alcochete e, de preferência, estendê-lo à restantes freguesias do Concelho.
Depois dos discursos oficiais, a cerimónia prosseguiu com o descerramento da placa toponímica, um momento simbólico que foi engrandecido com o Hino da Restauração, interpretado pela Banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898, e de seguida a animação prolongou-se no Passeio do Tejo com as actuações dos três Ranchos Folclóricos do Concelho e com um desfile de motos pelos grupos de motards de Alcochete e de São Francisco que, desta foram, assinalaram a abertura ao trânsito na Frente Ribeirinha.
A inauguração do Passeio do Tejo contou ainda com a colaboração e participação do Ginásio Time 4 Fit, do Futebol Clube de São Francisco, do Ginásio QV, da Confederação Portuguesa de Yoga, do Ginásio Eden Sport, da Associação Desportiva Samouquense, do Clube Viva +, da Associação Gil Teatro e do Grupo de Percussão “Batucando”. Veja aqui o discurso do Presidente da Câmara Municipal