Serviços dos ecossistemas são oportunidade para as comunidades locais
Após a apresentação dos resultados dos workshops por Rita Gomes, do SENSU/ IST – Grupo de Investigação em Estratégia de Ambiente e Sustentabilidade do Instituto Superior Técnico, seguiu-se um debate de sobre os resultados encontrados, moderado por Maria do Rosário Partidário, do SENSU, e no qual participaram António Alvarenga, do Departamento de Estratégias e Análise Económica da APA, Henrique Pereira, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Luís Rochartre, Secretário Geral da Empordef e investigador do CIGEST – ISG.
O Presidente da Câmara referiu que o Município de Alcochete pretende potenciara as suas capacidades e particularidades endógenas no que diz respeito ao ambiente e à biodiversidade: “Assumimos há algum tempo em Alcochete o ambiente e a biodiversidade como um eixo estratégico fundamental e intervenção e de concretização de políticas municipais”.
“Alcochete é porta de entrada da Reserva Natural do Estuário do Tejo e em ternos de marketing territorial é assim que também queremos “vender” o concelho de Alcochete e portanto foi para nós motivo de orgulho e também acrescida responsabilidade aceitarmos estabelecer uma parceria para dentro das nossas possibilidades apoiarmos este estudo”, referiu Luís Miguel Franco.
Maria do Rosário Partidário sublinhou a importância da identidade municipal, ponto de partida deste trabalho de investigação relacionado com “a ideia de que são os recursos que dão esta identidade local a Alcochete. Outro aspecto importante é a questão da transacionabilidade dos serviços do ecossistemas e da questão entre o valor e a receita e as infraestruturas, (…) no sentido de atribuição de valor, o valorizar na perspectiva de conservar, para podermos continuar a ter e podermos continuar a utilizar, a ideia das infraestruturas para podermos tirar partido desse valor”.
Esta última sessão teve 25 participantes do sector privado, da Câmara Municipal, da administração pública central, de ONG e residentes de Alcochete, em que a grande maioria manifestou ser utilizadora dos Ecossistemas.
Em análise estiveram o potencial e o futuro dos arrozais, a viabilidade de implementação dos mecanismos de geração de receitas, o papel dos vários agentes, nomeadamente, a Câmara Municipal, munícipes, proprietários e sector privado, assim como a importância da escala intermunicipal.
Este ciclo de workshops realizou
-se no âmbito de um Programa de Doutoramento em Engenharia do Ambiente, no qual Alcochete foi caso de estudo, e em que nas duas primeiras sessões de trabalho os 50 participantes foram organizados em grupos, de acordo com as áreas: agro-florestal, zonas costeiras e zonas húmidas, para identificarem os serviços dos ecossistemas, os conflitos e parcerias, riscos e oportunidades, através de acções de dinâmica de grupo, as opções de geração de receitas específicas para a realidade de Alcochete, os agentes em relação à utilização de mecanismos para geração de receitas e os constrangimentos e potencialidades desses mecanismos.
Os resultados do ciclo de workshops sobre os Serviços dos Ecossistemas como mais-valia para a Sustentabilidade de Comunidades Locais, vão enriquecer o desenvolvimento do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Município de Alcochete, do Processo de Revisão Plano Director Municipal, da Avaliação Ambiental Estratégica e de outros instrumentos municipais.