Alcochete adere a projeto inovador na área da saúde oral
O Município de Alcochete aderiu ao projeto governamental “Saúde Oral para Todos” com a assinatura do protocolo de colaboração com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo no dia 18 de setembro, no decorrer de uma cerimónia realizada no CCB, em Lisboa.
Este protocolo foi ratificado por maioria, com a abstenção dos vereadores da CDU, na reunião de câmara descentralizada realizada na freguesia de São Francisco. “A câmara municipal de Alcochete vai colaborar com o ACES Arco Ribeirinho com a atribuição de €20.000 para um investimento que vai ser feito na ordem dos €50.000, que é o custo de aquisição de uma cadeira de dentista com tudo aquilo que envolve o exercício desta atividade, sendo que o remanescente será o Estado a desembolsar, criando condições para ter um dentista e um assistente no centro de saúde de Alcochete”, disse o presidente da câmara.
O Governo pretende ter, até junho de 2019, 30% dos concelhos do país abrangidos pela medida que prevê que haja pelo menos um consultório de saúde oral em cada município, anunciou o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, no final da cerimónia “Saúde Oral Para Todos”, onde foram assinados protocolos de colaboração entre várias dezenas de municípios e as cinco Administrações Regionais de Saúde, no âmbito do alargamento do projeto dos médicos dentistas nos cuidados de saúde primários.
“Temos neste momento cerca de 63 consultórios em 53 municípios, mas queremos chegar a todos os concelhos, próximos das pessoas”, acrescentou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde. A meta é ter, até junho de 2020, “os 278 municípios com pelo menos um consultório de médico dentista”, disse, sublinhando que o que se pretende é “proximidade nos centros de saúde, qualidade e sobretudo equidade no país”.
Segundo Fernando Araújo, “o projeto está aberto a todos os portugueses”, mas em termos de prioridade, do ponto de vista clínico, vai tentar-se abranger os doentes com mais patologias de saúde oral ou outras e a população mais vulnerável.
Sublinhando que ter um consultório de médico dentista nos centros de saúde de todos os municípios do país até 2020 é “uma medida histórica”, o ministro da Saúde considerou também tratar-se de um “sinal muito positivo da descentralização”.
“É uma medida histórica para o país, o SNS passa a ter nos centros de saúde médicos dentistas, higienistas orais e assistentes dentários”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.
O ministro salientou que o programa permite manter o programa cheque-dentista, iniciado em 2008, mas também chegar “a uma população diferente, que é uma população mais pobre, mais idosa, com menos recursos”.
Citando as palavras da presidente da Federação Mundial da Saúde Oral, Kathryn Kell, na cerimónia, o ministro afirmou que Portugal está “a dar o passo que faltava para entrar definitivamente no primeiro ‘ranking’ de países que cuidam da saúde global das pessoas e não apenas numa ótima estritamente curativa, mas também preventiva e cobrindo uma área tão importante como a da saúde oral”.
O ministro sublinhou ainda o trabalho feito pelas comunidades locais e pelos autarcas na construção desta medida, que, afirmou, permite ter “um programa de saúde oral mais ambicioso”. “É também um sinal muito positivo da descentralização, é um casamento de oportunidades, é uma aliança virtuosa entre o poder central e o poder local, onde juntamos esforços”, disse, assumindo a vontade do Governo em aprofundar estas parcerias.
“Assumimos hoje aqui que a nossa vontade é aprofundar as parcerias público-público entre o poder local e o poder central, chamando à colaboração, sempre que necessário, outros setores, como o social ou privado, mas o SNS defende-se nesta linha, lutando todos os dias contra as dificuldades que são imensas”, frisou.