Casa do Povo de Alcochete festeja 75.º aniversário
No dia 15 de abril, a Casa do Povo de Alcochete festejou o seu 75.º aniversário no edifício sede com uma tarde cultural que contou com a atuação do Grupo Teatral Absentia e do Coro Juvenil “BVoice”, da Associação Gilteatro e de uma apresentação audiovisual sobre a atividade da Equipa de Kickboxing de Alcochete.
O presidente da câmara municipal de Alcochete, os presidentes das juntas de freguesia de Alcochete e de São Francisco, o secretário da junta de freguesia de Samouco e o presidente da Confederação Portuguesa das Casas do Povo estiveram presentes na iniciativa.
“Foi precisamente em 15 de abril de 1943 que foi fundada esta Casa do Povo, inserida nos objetivos do corporativismo daquela época, fundamentalmente angariadora de mão-de-obra para os trabalhos da salicultura e da descarga do carvão em Lisboa” recordou o presidente da direção da Casa do Povo, Paulo Ribeiro, sublinhando que as casas do povo se transformaram “em espaços abertos para o desenvolvimento da atividade sociocultural após o 25 de Abril de 1974”.
“A nossa Casa do Povo tem sobrevivido graças ao incansável empenho, trabalho e dedicação de muitos sócios que souberam defender e salvaguardar este património (…) e o município de Alcochete pode orgulhar-se desses corajosos sócios que atuaram atempadamente criando condições para que a Casa do Povo se engrandecesse com a participação de muitos sócios, familiares e amigos em inúmeras atividades de caracter sociocultural”, referiu o dirigente associativo.
Sobre a história da instituição, Paulo Ribeiro lembrou as “dificuldades vividas a todos os níveis, quer em recursos humanos, técnicos e financeiros, face à permanente exigência da sua funcionalidade e conservação do edifício”, mas salientou que “o mais importante é a união de todos em torno das comemorações do 75.º aniversário, só possível graças à imprescindível colaboração da Escola Comunitária de Alcochete (que desenvolve a sua atividade na Casa do Povo) e de todos os artistas que se disponibilizaram a festejar connosco este evento”.
O presidente da assembleia-geral da Casa do Povo, Prof. Pimentel, também saudou todos os presentes e destacou que “comemorar 75 anos ao serviço da comunidade constitui por si só motivo mais do que suficiente para reunir sócios e amigos da instituição neste momento de alegria, partilha e verdadeira confraternização”.
O presidente da Confederação Portuguesa das Casas do Povo, Francisco Rodrigues, também usou da palavra para falar da história das casas do povo, “que foram criadas por decreto-lei em 1933 para servir o Estado Novo e o seu regime corporativo e que tiveram um papel importante e determinante na sociedade até ao 25 de Abril”, dado que “apoiaram as famílias e foram os principais polos de atração sociocultural (com a criação de bandas de música e de ranchos folclóricos), para além da assistência médica e medicamentosa”.
Francisco Rodrigues referiu também que em 1974 existiam 1072 casas do povo no país quando hoje já só existem um pouco menos do que 600, situação provocada pelo desinvestimento do Estado “que de 1985 a 1990 roubou às casas do povo mais de 6 milhões de contos”.
O dirigente fez referência aos vários congressos já realizados, às revindicações das casas do povo que não têm sido atendidas pela tutela e as conquistas alcançadas tais como a criação do Conselho Nacional do Associativismo Popular e do Arquivo Histórico do Associativismo Popular e anunciou a realização do 2.º Encontro Ibérico que se vai realizar nos dias 2 e 3 de julho, em Campo Maior.
O espetáculo de aniversário teve início com a estreia absoluta do Grupo Musical Absentia, que interpretou vários temas desde Proud Mary (Tina Turner), Living on a Prayer (Bon Jovi), Rosa Sangue (Amor Electro), Chaga (Ornatos Violeta) Whole Lotta Love (Led Seppelin) e Circo de Feras (Xutos e Pontapés).
Assistiu-se de seguida à exibição de uma apresentação audiovisual sobre a atividade da Equipa de Kickboxing de Alcochete e dos seus atletas vencedores em vários torneios, assim como aos atletas do Grupo Desportivo da Barroca d´Alva, que agora também estão sedeados na Casa do Povo de Alcochete.
O flamenco também participou nesta festa com a atuação do Grupo de Sevilhanas do Aposento do Barrete Verde, assim como o teatro com a Associação Gilteatro que apresentou “Cool…ou não! Parte II”.
Também o Coro Juvenil “BVoice” abrilhantou o espetáculo com a sua atuação que permitiu apreciar temas, entre outros, dos Queen, D.A.M.A., João Barros e Alberto Ribeiro, Rui Veloso, ABBA e John Lennon e Paul McCartney.