“Tauromaquia, Património Cultural de Portugal” apresentado em Alcochete
Numa organização da Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal, à qual se juntou o Município de Alcochete, a apresentação pública do livro “Tauromaquia, Património Cultural de Portugal” decorreu no passado dia 8 de maio, no Fórum Cultural de Alcochete.
A apresentação do livro, que é um dos suportes da candidatura da Corrida de Touros ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, esteve a cargo de um painel de luxo constituído por Elísio Summavielle, presidente do CCB, Telmo Correia, deputado na Assembleia da República, além de Luís Capucha, professor no ISCTE, coordenador do projeto, e presidente da direção da Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal.
O livro reúne textos de diferentes autores das “gentes dos toiros” convidados a participar neste projetos com os seus testemunhos sobre os diferentes aspetos e vivências da cultura tauromáquica em Portugal.
Aficionado e defensor da preservação da tauromaquia, o compositor Carlos Alberto Moniz, na impossibilidade de se deslocar a Alcochete, enviou uma mensagem em video ilustrativa das tradições tauromáquicas fortemente enraizadas nas gentes da ilha Terceira, com especial enfoque nas Festas Sanjoaninas.
“De maio a outubro há largadas à corda e aqui gostamos de brincar aos toiros pois faz parte da nossa forma de estar”, disse o autor do passodoble “Património Cultural de Portugal”, comovido e simultaneamente triste por não estar presente na apresentação do livro.
O coordenador do projeto explicou que o livro pretende retratar a festa tal como ela é: “queremos apresentar a festa sem complexos , tal e qual como ela é, e como ela é agradável, interessante e útil para a cultura portuguesa”.
“O registo da Tauromaquia como Património Cultural Imaterial de Portugal pode ter um grande alcance, não apenas do ponto de vista da defesa formal da festa de toiros, pois a partir do momento em que está registado como património recebe uma protecção legal, que não pode ter de outra forma. E portanto pelo menos durante 10 anos passaremos a beneficiar dessa proteção legal”, referiu Luis Capucha.
“E para além disso há todo o processo de reconhecimento da dignidade cultural da nossa festa que é muitíssimo importante quando os ataques que sofremos vão no sentido de dizer que isto não é cultura. Temos esta missão de defender a liberdade e a democracia cultural do nosso país, estamos a defender uma maneira de ser português porque: “Tauromaquia é cultura cada vez que um forcado bate as palmas numa Praça de Toiros”, sublinhou Luís Capucha.
Luis Capucha adiantou que está para breve a submissão da candidatura a registo da Tauromaquia como Património Cultural Imaterial de Portugal e destacou o enorme trabalho desenvolvido e disponibilizado a Plataforma de Conteúdos Digitais, que é outra das vertentes deste projeto e que integra Mais de 15 mil itens entre videos, fotografias e cartazes para consulta para quem quiser saber mais sobre festa de toiros. http://projeto.tauromaquiapatrimonio.pt
Em simultâneo a Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal tem o objetivo de recolher pelo menos 100 mil assinaturas do abaixo-assinado que está a promover na defesa da preservação da festa.
Do município de Alcochete veio o apoio a esta causa, pela voz do presidente da câmara, Fernando Pinto: “… Tauromaquia é cultura, é tradição, é sem qualquer margem de dúvida e de forma absoluta - Património Cultural de Portugal. È motivo de orgulho para todos os alcochetanos, as instituições do nosso concelho que defendem de forma digna e assertórica as nossas tradições e a nossa memória coletiva. E deixo uma palavra de reconhecimento e gratidão ao Aposento do Barrete Verde, ao Clube Taurino de Alcochete, ao Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde, ao Grupo de Forcados Amadores de Alcochete, à Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 e à Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense.
“Recentemente e por minha proposta foi aprovada por unanimidade pela Câmara e Assembleia Municipal a adesão do Município de Alcochete, como membro fundador, à Associação Portuguesa de Municípios com Atividade Tauromáquica”, enfatizou Fernando Pinto.
O autarca concluiu afirmando a disponibilidade do Município para “em conjunto trabalhar na salvaguarda do nosso património, da nossa cultura, da nossa memória, porque um povo sem memória é um povo sem história e sem futuro.”
“Tauromaquia, Património Cultural de Portugal” é a designação do projeto de investigação, um dos vencedores do Orçamento Participativo de Portugal 2017, executado pelo Centro de Investigação de Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa (CIES-Iscte), com coordenação de Luís Capucha e Joana Camacho, e que está na origem da candidatura ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, tendo como objeto a Corrida de Toiros.