Assembleia Municipal festejou os valores da democracia
Autarcas, dirigentes partidários, representantes das instituições militares, da sociedade civil e do movimento associativo e juventude marcaram presença na sessão solene do 25 de Abril, promovida pela Assembleia Municipal de Alcochete, no dia 25 de abril, no Fórum Cultural de Alcochete.
O presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, começou o seu discurso com a condenação da guerra na Ucrânia e gratidão aos militares de Abril: “O mundo procura a liberdade e nós, portugueses, expressamos com sentimento de povo livre, o reconhecimento e gratidão aos militares do Movimento das Forças Armadas – os Capitães de Abril – pela oportunidade que nos deram em escolher o nosso caminho, construindo um futuro em comunidade, onde se respeite a diversidade de opiniões e ideologias”, sublinhou o autarca.
Fernando Pinto frisou que a Revolução dos Cravos trouxe o benefício de um serviço público para as populações e destacou a importância do poder local para a mudança do país após o derrube do regime salazarista: “Fomos nós, autarcas, que sempre estivemos perto das populações a auscultar os seus anseios, a saber das suas necessidades e a perceber o que era expectável da nossa parte”, disse.
O presidente da câmara defendeu que o autarca do futuro terá que “pensar verde”. Ter uma política consistente de preservação e gestão dos recursos naturais, das energias alternativas à gestão da água, da floresta, dos rios e da biodiversidade dos nossos territórios” e que “o maior desafio é criar uma geração de jovens responsáveis, defensores acérrimos do planeta e da sua sustentabilidade ameaçada”.
O autarca reivindicou mais apoios para as autarquias locais: “Há, naturalmente, ainda muito para aperfeiçoar no nosso país. Por isso importa dotar os poderes políticos e, sobretudo, o poder local de instrumentos e políticas para ultrapassarmos os principais desafios da sociedade de hoje, mormente os problemas sociais que afetam os mais frágeis, os idosos, reformados e pensionistas”, afirmou.
“Em Alcochete, todos os dias de tudo fazemos para mantermos em chama ardente a liberdade e a democracia e por isso assumimos um trabalho irrepreensível no cumprimento escrupuloso do serviço público. Trabalhamos para as pessoas” destacou Fernando Pinto.
Na sua intervenção, o presidente da Assembleia Municipal de Alcochete, Mário Catalão Boieiro, também condenou a guerra na Ucrânia: “Um povo que sofre atualmente toda uma série de ataques bárbaros à sua liberdade, à vida, ao património e aos valores morais e humanistas como já não se via na Europa há quase 80 anos”, disse. (…) Hoje é a Ucrânia, amanhã podemos ser nós, pois os pretextos, quando deixados ao livre-arbítrio dos outros, são o maior perigo para a democracia e a liberdade, bem como para os povos livres”, acrescentou.
Para Mário Catalão Boieiro, “é preciso fazer mais do que meras frases de retórica”, “é preciso perceber de uma vez por todas porque mais de 50% dos eleitores em Portugal não votam” e porque se assiste no mundo “ao crescimento dos chamados partidos radicais (…) que “colocam na sua génese a defesa de princípios contrários à própria existência dos valores basilares do Estado de Direito”.
O autarca apontou, ainda, o dedo ao funcionamento da justiça em Portugal, “que corrói a forma como os cidadãos olham para o Estado de Direito” e os “crimes cometidos na falência do sistema financeiro em Portugal, que ainda se arrastam em recursos atrás de recursos”.
O presidente da Assembleia Municipal apelou a uma alteração dos comportamentos e uma maior aposta na “educação, que hoje forma a geração mais bem preparada ao nível dos conhecimentos para um desempenho profissional e técnico, também deverá ter em atenção formar cidadãos mais interventivos nas questões sociais e políticas”.
A sessão solene do 25 de Abril em Alcochete contou com as intervenções de Bárbara Tomé, jovem representante da sociedade civil, e dos representantes dos partidos políticos com assento na assembleia municipal: Ana Lúcia Maduro (PS), Ana Luísa Lourenço (CDU), Patrícia Figueira (CDS-PP), Pedro Louro (PSD) e Cecília Brandão (CHEGA).
O evento encerrou com um apontamento musical protagonizado por Joana Alegre, acompanhada ao piano por Vicente Palma, que interpretou temas musicados por si e com letras do seu pai, Manuel Alegre.