Sociedade Imparcial festeja aniversário com emoção
Na celebração do 120.º aniversário, a Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 promoveu uma sessão solene repleta de emoção no dia 20 de janeiro em que evocou a sua história e em que não faltou a música, a poesia, os discursos, os agradecimentos e a atuação do orfeão.
Todos os órgãos sociais da coletividade estiveram presentes na cerimónia, dirigida pela presidente da assembleia-geral, Luísa Godinho, em que também estiveram presentes o presidente da câmara municipal, Fernando Pinto, e os vereadores, o presidente da assembleia municipal, Mário Boieiro, a presidente da junta de freguesia de Alcochete, Natacha Patinha, o 1.º secretário da assembleia de freguesia, Ricardo Oliveira, sócios e outros convidados.
O dueto de trompetes pelos músicos Bruno Pires e Paulo Pancadas atuaram no início da sessão, a que se seguiu a intervenção da presidente da direção, Maria Policarpo, que enalteceu os 120 anos de história da Imparcial com a leitura de uma entrevista do fundador, músico e diretor, José Ferreira Madruga, em 1953, parafraseando como atuais algumas das afirmações, nomeadamente o empenho e a dedicação dos músicos da banda, com menção especial ao maestro Leonel Duarte, que também dirigia o orfeão recentemente criado, e a concretização dos projetos traçados para o futuro.
“É uma honra enquanto presidente da direção poder lembrar-me destas pessoas que fizeram história nesta casa e dizer-vos que esta é a casa da cultura de Alcochete. A nossa escola de música é dinâmica, está sempre em crescimento, o nosso orfeão tem inúmeros elementos, a nossa banda tem os prémios que todos sabeis e o momento que se segue vai ser a continuação do meu discurso”, disse Maria Policarpo em relação a uma sessão em que foram expressos agradecimentos a Maria Emília Silva e a Luísa Ortigoso, que é responsável pela secção de teatro da coletividade e que recitou poesia de Manuel Rei sobre a banda e o 15 de Janeiro.
Fernando Pinto também manifestou “a honra e o privilégio” por poder falar da Sociedade Imparcial na qualidade de presidente da câmara, não só em representação da coletividade, mas sobretudo “pelos pergaminhos familiares” que o “unem a esta casa da cultura”.
“A história desta instituição confunde-se literalmente com a história de Alcochete e do nosso povo” referiu o autarca, não esquecendo as dificuldades do já longo percurso da Sociedade, mas defendendo também, à semelhança de José Ferreira Madruga, “uma enormíssima esperança no futuro”, “nunca perdendo o foco, a linha do horizonte”. “Só assim encontro justificação, não só aqui na Sociedade, mas noutras coletividades, para que mulheres e homens, da nossa terra ou que abraçaram esta terra, mantenham viva essa chama, essa dinâmica, esse empreendedorismo e que mantenham viva esta instituição em particular”, disse.
Fernando Pinto salientou a importância da sessão solene por permitir recordar os fundadores e todos os que participaram na história da instituição, mas também por “lembrar aqueles que ao longo da sua vida doaram meio século de existência, pagando uma quota, intimamente ligados à instituição e fazendo aquilo que é possível nas suas vidas, por vezes difíceis”.
O edil destacou a participação das mulheres nos órgãos sociais da Sociedade e agradeceu “às mulheres e aos homens de sempre, de hoje e amanhã” para que “continuem a desenvolver este esforço não só pela Sociedade Imparcial, mas por um coletivo, envolvendo toda a comunidade do concelho de Alcochete”.
“Sempre conheci esta Sociedade com o reflexo da sua banda, que sempre apelidei a banda da minha terra e será sempre a banda da minha terra, hoje será o orfeão da minha terra, será a escola de teatro da minha terra e esta é certamente a instituição da nossa terra que a todos nos deve orgulhar”, acrescentou.
O presidente da câmara, a vice-presidente, Maria de Fátima Soares, e o vereador da cultura, Vasco Pinto, expressaram, de forma simbólica, a entrega de um apoio financeiro de €1.650 à Sociedade como prenda de aniversário, verba que se destina ao conserto de instrumentos musicais e à aquisição de consumíveis para os executantes de música.
A presidente da junta de freguesia de Alcochete sublinhou a “relação de estreita parceria, colaboração, amizade e respeito mútuo” existente entre a autarquia e a Sociedade, fazendo votos “que tais vínculos perdurem e sejam reforçados no futuro” e enalteceu o mérito nacional e internacional da coletividade e o mérito das sucessivas direções, sublinhando que a Sociedade é “uma marca distintiva da identidade local".
Esta sessão solene ficou marcada pela homenagem, a título póstumo, ao sócio fundador do orfeão e diretor da Sociedade, Diogo Silva Oliveira, com a entrega do diploma e emblema dos 50 anos de associado à sua esposa e filho e foi cumprido um minuto de silêncio durante o qual foi exatamente interpretado o tema “O silêncio” de Rosso, a que se seguiram muitos aplausos em saudosa memória.
Foram ainda distinguidos com diplomas e emblemas de 50 anos de associados os sócios Joaquim Pereira, José António Maurício Borba, Joaquim Maria Esteves de Matos, que foi saudado pela assistência de pé após ter partilhado as suas recordações como diretor, e com diplomas e emblemas de 25 anos de associados os sócios Maria Antunes Silva Ferreira, Luís Miguel Reis Serafim, Tiago António Gomes Labreca, Tiago Alberto Marques Samouqueiro, João Paulo Barrinha da Cruz, André Gonçalves Pinto e João Paulo Bernardo dos Santos.
A sessão solene foi ainda abrilhantada com a atuação do orfeão, dirigido por Sara Lis Laureano, com interpretação dos temas “Siyahamba” de origem sul africana e “Hallellujah” de Leonard Cohen.