Festas do Barrete Verde e das Salinas a decorrer até 16 de agosto
A vila de Alcochete está a viver intensamente mais uma edição das Festas do Barrete Verde e das Salinas, que decorrem até 16 de agosto, com destaque para as tradições da forcadagem, as largadas de toiros nas ruas e a animação musical nos vários palcos e estabelecimentos de diversão noturna.
Como é tradição as Festas de Alcochete foram inauguradas na passada sexta-feira, dia 11, com a cerimónia de receção das entidades oficiais e convidados na sede do Aposento do Barrete Verde e o hastear das bandeiras no largo de São João.
Na sede do Aposento do Barrete Verde, o presidente da agremiação regionalista recordou com gratidão a personalidade de José Caninhas, recentemente falecido, e agradeceu a um conjunto de entidades, entre as quais a Câmara Municipal de Alcochete, a Junta de Freguesia de Alcochete, a GNR, a Base Aérea n.º 6, o Depósito Geral de Material de Guerra, as coletividades e os bombeiros e homenageou António Gonçalves do Grupo Libertas com a entrega de uma lembrança comemorativa desta edição das Festas. “Só temos a agradecer o apoio às Festas e ao Aposento do Barrete Verde”, disse.
O presidente da Câmara Municipal, Luís Miguel Franco, salientou que o dia de inauguração das festas “é um dia pelo qual esperamos todo o ano” e desejou que todos aproveitem da melhor forma os dias das festas. O autarca fez questão de sublinhar que “sem o Aposento do Barrete Verde, que se constitui como comissão de festas, não haveria Festas do Barrete Verde e das Salinas”. “Nós sabemos o quanto estes homens e estas mulheres se sacrificam e o quão difícil é realizar estas Festas”, acrescentou, pedindo uma grande salva de palmas para o Aposento do Barrete Verde e o seu lema “Por Alcochete”, e um grande viva a Alcochete.
O presidente da Junta de Freguesia de Alcochete, Estêvão Boieiro, também usou da palavra para sentidamente recordar José Caninhas e a sua obra, fazendo votos que o trabalho de José Caninhas venha a ser editado.
A abrir o cortejo das entidades oficiais desde a sede do Aposento ao largo de São João estiveram as “meninas do Barrete Verde” e a banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 interpretou o hino nacional e o hino da restauração do concelho, momento que marcou a cerimónia de hastear das bandeiras, com participação da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Alcochete. Depois assistiu-se à primeira espera de toiros nas ruas.
Homenagens a figuras típicas marcam primeira noite das Festas
À noite, e após passagem do cortejo equestre pelas ruas da festa, centenas de pessoas reuniram-se no largo de São João para assistir à homenagem ao salineiro, ao forcado e ao campino, três figuras que estão enraizadas na essência das festas e que, por isso, são enaltecidas anualmente pelo Aposento do Barrete Verde.
Tal como aconteceu na inauguração, durante a homenagem foram recordadas as palavras do professor José Caninhas que eternizou o seu sentimento pelas Festas do Barrete Verde e das Salinas na saudação que redigiu para o livro desta edição e que foi proferida pela apresentadora Inga Oliveira.
Nascido em Alcochete em 1945 e com um percurso de vida marcado pelo trabalho nas salinas, António Maria Balegas foi o salineiro homenageado este ano. Aos 14 anos iniciou o seu trabalho nas marinhas desempenhando várias tarefas, desde aguadeiro até à cobertura da serra e do sal. Recebeu pelas mãos do presidente da Câmara Municipal, Luís Miguel Franco, uma peça simbólica pela sua dedicação à salicultura.
Na arte de pegar toiros foi João Paulo Espiga Rei o forcado homenageado pelo Aposento. Aos 19 anos ingressou no grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde, mantendo assim uma tradição familiar visto o seu tio, José Luís Carapinha Rei, ter sido o 1.º cabo e fundador do Grupo. Depois de ser distinguido pelo presidente do Aposento, Candido Perinú, João Paulo Espiga Rei agradeceu e dedicou esta homenagem ao forcado Luís Cebola.
Com raízes em Vila Franca de Xira, Francisco José Oliveira Feitor realizou a sua primeira espera de toiros em Alcochete com 14 anos, em 1994. Em 2010, um acidente incapacitou-o de fazer o que mais gostava: a arte de campinar. A homenagem a Francisco Feitor foi, simbolicamente, entregue pelo presidente da Junta de Freguesia de Alcochete, Estêvão Boieiro.
Depois da homenagem ao salineiro, campino e forcado, o palco foi entregue à banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 que “inaugurou” o palco principal das festas.