O 25 de Abril de 1974 é um sonho que todos devemos defender
O 25 de Abril é “um sonho inacabado que todos nós temos a obrigação, em memória de todos aqueles que o iniciaram e em prol das gerações futuras, de o continuar e de o defender”. Esta foi uma das afirmações do Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, na sessão solene comemorativa da Revolução dos Cravos, promovida pela Assembleia Municipal de Alcochete no dia 25 de Abril, em Alcochete.
Luís Miguel Franco sublinhou que a Revolução de Abril de 1974 é “uma das maiores realizações históricas do povo português” e destacou as as conquistas do 25 de Abril: “o direito à educação, à saúde, ao subsídio de desemprego, a férias, à segurança social”, a instituição do Sistema Nacional de Saúde”, a elaboração de uma “Constituição progressista”, a colocação de “sectores estratégicos da economia ao serviço do povo e do País” e a consagração dos “grandes valores da Revolução de Abril”.
Para o Presidente da Câmara Municipal, “o projecto de Abril permanecerá vivo”, mas é “um sonho e um projecto de sociedade que alguns pretendem abandonar e, mais grave ainda, querem fazer esquecer e destruir”.
Para Luís Miguel Franco, a comemoração dos 40 anos do 25 de Abril surge num “dos mais graves e dolorosos períodos” da história de Portugal, que vive “uma grave crise económica e financeira, em que o País está sob uma inaceitável intervenção externa que agride a sua soberania e põe em risco a independência nacional”. Um ataque, que segundo o autarca, é extensivo ao Poder Local. “Também o Poder Local Democrático não tem escapado a esta política de terra queimada”, disse.
“Por nós, eleitos na Câmara Municipal de Alcochete, tudo continuaremos a fazer para que a génese do Poder Local seja respeitada. E foi isso mesmo que fizemos quando avançámos com a decisão de regenerar a nossa frente ribeirinha, tornando não só o nosso território mais competitivo, como aumentando a sua atractividade” ou “quando tudo fizemos para consolidar a nossa actividade, num esforço por vezes titânico, de controlo das contas públicas”, afirmou.
Na abertura da sessão solene, o Presidente da Assembleia Municipal tinha criticado a política dos sucessivos governos por terem optado “por um sistema, a que chamam democrático, que privilegia os aspectos financeiros e capitalistas em desfavor da justiça social e do trabalho”. Para Miguel Boieiro, “Portugal perdeu parte parte substancial da sua soberania em completo arrepio do que, há 40 anos, levou ao derrube do fascismo”.
“Os portugueses têm que mandar no seu País e presidir ao seu destino. A isenção, a honestidade, a dedicação, a competência e o trabalho deverão ser a pedra de toque para a escolha certa dos dirigentes, ao invés do compadrio, da corrupção e da subjugação ao negocismo próprio ou de outrem”, disse.
A sessão solene contou ainda com as intervenções de Fábio Bernardo, em representação da bancada da CDU - Coligação Democrática Unitária, de Iolanda Nunes, pela bancada do PS - Partido Socialista, de Patrícia Figueira, pela bancada do CDS/PP - Partido Popular e de João Nunes do Valle, em representação do PSD - Partido Social Democrata.
A sessão solene encerrou com a actuação do Quarteto do Conservatório de Artes de Montijo, ao som de “Grândola Vila Morena”.
Intervenção na íntegra do Presidente da Câmara Municipal