Bombeiros Voluntários de Alcochete comemoram 66.º aniversário
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete comemorou os seus 66 anos ao serviço da comunidade com uma Sessão Solene que decorreu no passado Domingo, 2 de Novembro, no pavilhão da Escola El-Rei D. Manuel I. Várias foram as entidades que marcaram presença nesta cerimónia, e que enalteceram o papel dos Bombeiros na comunidade, não descurando também as actuais dificuldades sentidas pela corporação local.
O Presidente da Câmara Municipal, Luís Miguel Franco, os Vereadores José Luís Alfélua e Raquel Prazeres, o Presidente da Assembleia Municipal, Miguel Boieiro, o Presidente da Junta de Freguesia de Alcochete, Estêvão Boieiro, o 2.º Comandante Distrital de Setúbal, Rui Costa, o Vice-Presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, Rama da Silva, e o Vice-Presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, Carlos Lopes, estiveram presentes nesta cerimónia alusiva ao 66.º aniversário da AHBVA.
Numa sessão solene marcada pela atribuição de louvores e condecorações aos Bombeiros que integram a corporação de Alcochete e pela entrega de diplomas aos sócios que apresentam 50 e 25 anos de associados, a dedicação ao voluntariado e o espírito de solidariedade dos soldados da paz foram elogios transversais a todos os discursos.
“Reconheço aqui a coragem destes homens e mulheres que, com poucos meios, dão o melhor de si para salvar a vida de todos nós, sempre que precisamos. Mas não só. Também uma palavra de reconhecimento a todos aqueles que pertencem à Direcção, à Assembleia Geral e ao Conselho Fiscal que deixam de estar com as suas famílias para dar o melhor de si a uma causa tão nobre, como a dos Bombeiros Voluntários”, referiu Luís Miguel Franco.
Numa altura em que os Bombeiros vivem problemas de sustentabilidade, e que afectam todas as corporações, o Presidente da Câmara recordou que a função do socorro sempre foi uma função do Estado. “Temos uma Lei de Financiamento das Autarquias que quase todos repudiamos, mas, temos uma Lei de Financiamento dos Bombeiros que unanimemente repudiamos”, destacou o Autarca que, ainda a propósito da elaboração da nova Lei de Bases de Financiamento dos Bombeiros Voluntários Portugueses acrescentou que é expectável “que essa mesma Lei corresponda a uma maior responsabilidade por parte do Poder Central, a uma maior participação das Autarquias na Protecção Civil e a uma maior angariação de apoios junto da sociedade civil”.
Comparando com a realidade das Autarquias, Luís Miguel Franco afirmou que também as Câmaras Municipais não vivem tempos fáceis sendo cada vez mais difícil cumprir com a sua missão.
Por sua vez, o Presidente da Junta de Freguesia de Alcochete, Estêvão Boieiro, salientou o esforço da Junta de Freguesia para continuar a apoiar os Bombeiros de Alcochete: “(…) é das Autarquias e dos Bombeiros que as populações mais esperam – e mais exigem – sempre que confrontados com a necessidade de socorro e emergência. Conscientes disso, e apesar dos orçamentos que gerimos serem cada vez mais diminutos, temos procurado manter o nosso apoio a esta Associação Humanitária”.
Se por um lado realçou a importância dos apoios institucionais, durante a sua intervenção, Estêvão Boieiro também apelou para a importância dos apoios individuais. “Os Bombeiros precisam de mais associados. Necessitam de apoios institucionais, é verdade, mas também, de apoios individuais porque só dessa forma poderão garantir o indispensável nível de operacionalidade que lhes permitirá actuar com rapidez e eficácia”.
Da mesma opinião partilha o Presidente da Assembleia Geral, Jorge Arrôs, que referiu que, numa população com 17.000 habitantes, apenas 2000 são sócios dos Bombeiros Voluntários de Alcochete.
Bombeiros Voluntários precisam de mais equipamentos
“Temos tentado combater todos juntos para que realmente consigamos manter a nossa postura e missão. Quando efectuamos 3028 serviços (e ainda não estamos no final do ano), quando empenhamos 8022 Bombeiros, quando percorremos 522993km numa duração de 20221 horas, este é um trabalho que tem que ser reconhecido e apoiado porque, se não fosse a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete a fazê-lo, poucos tinham a capacidade para tal”, começou por referir o Comandante da AHBVA, Paulo Vieira.
No mesmo sentido caminham as palavras do Presidente da Direcção da AHBVA, Norberto Barão, que deu conta das dificuldades da Associação que se agravaram em 2012 com a falta de donativos e a diminuição da facturação do serviço de saúde.
“O nosso parque automóvel está envelhecido, as viaturas têm muitos km percorridos, algumas delas já sem condições de funcionamento, os custos de manutenção são elevados e a comodidade e conforto que apresentamos aos nossos utentes são de fraca qualidade quando a maior parte dos utentes são idosos (…). Precisamos urgentemente de adquirir novas viaturas”, reforçou Norberto Barão, adiantando ainda que a Associação tem em curso uma candidatura para aquisição de três viaturas que, caso seja aceite, “têm que conseguir adiantar €30.000” correspondentes a 25% do valor total.
Por outro lado, o Quartel também necessita de reajustes, na medida em que os balneários para a parte operacional ainda não contemplam as vertentes masculino e feminino.
No próximo dia 8 de Novembro, as comemorações do 66.º aniversário prosseguem com actividades de âmbito operacional, com a realização de um exercício náutico, às 15h30, junto à Ponte-Cais e, no dia 9, às 15h30, o programa encerra com o I Desfile de Fanfarras pelas principais ruas da vila de Alcochete, uma iniciativa que conta com a participação da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Alcochete, orientada pelo subchefe Delfim Leitão, e também de outras fanfarras convidadas.