Sociedade Imparcial inaugura um novo edifício para ensaios
A inauguração de um novo edifício, destinado ao ensino da música e aos ensaios da Banda e do Orfeão, anexo à sede da colectividade, constituiu um destacado acontecimento das comemorações do 113º aniversário da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 e da Restauração da autonomia do Concelho, que decorreram no passado sábado, dia 15 de Janeiro, na vila de Alcochete.
Autarcas, dirigentes associativos, convidados oficiais, sócios e munícipes marcaram presença neste evento, abrilhantado pela actuação dos músicos da Banda e dos elementos do Orfeão da colectividade, dirigidos pelo Maestro António Francisco Rei Menino.
O descerramento da placa de inauguração do edifício e a assinatura do Livro de Honra foram os momentos iniciais da inauguração do novo espaço da colectividade, estreado pela Banda e pelo Orfeão que, em conjunto, interpretaram o Hino da Restauração, em uníssono com as personalidades presentes neste acto.
Após um breve momento de convívio e de confraternização, as comemorações prosseguiram com a sessão solene no Salão Nobre da colectividade, iniciativa que contou com as intervenções dos Presidentes da Câmara e Assembleia Municipais, do Governador Civil do Distrito de Setúbal, da Vereadora da Cultura, do Presidente da Junta de Freguesia de Alcochete, do Vice-presidente da Confederação das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, do Presidente da Direcção e do Vice-presidente da Assembleia Geral da Sociedade Imparcial.
Alfredo José Canário, actual Presidente da colectividade, salientou o apoio das autarquias locais para a concretização do projecto de reconstrução de um edifício com as condições acústicas adequadas ao ensino e estudo da música, razão de ser da Sociedade Imparcial.
“Deve-se, sem dúvidas, à Câmara Municipal de Alcochete, na presidência do senhor Dr. Luís Miguel Carraça Franco, a sensibilidade, o empenho intemerato e até a inteligência de gesto, que haviam de contribuir para a construção do Salão ora inaugurado”, salientou Alfredo Canário, lembrando a doação de 100 mil euros da Câmara Municipal, integralmente cumprida, a que se somou a decisão da Junta de Freguesia de Alcochete de doar 200 euros mensais durante 15 anos e os contributos de algumas empresas e anónimos.
O dirigente associativo referiu ainda que “para respeitar os vários compromissos assumidos, apesar de doações tão expressivas, a Direcção recorreu ao banco Montepio Geral, contraindo um empréstimo no valor global de 260.000 euros”.
“O futuro saberá reconhecer, como o presente reconhece, o valioso, determinante e indefectível auxílio da Câmara Municipal de Alcochete que, em conjunto com a Junta de Freguesia de Alcochete, ajudaram a converter um sonho numa palpável realidade aos nossos olhos”, acrescentou Alfredo Canário, lamentando a falta de apoio da CCDR-LVT para a concretização desta obra.
Em resposta ao Presidente da Sociedade, o Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Luís Miguel Franco, manifestou o seu contentamento por mais uma obra concretizada no Município de Alcochete. “Fico muito feliz que este dia de hoje, por si há tanto tempo sonhado, se tivesse concretizado consigo na presidência da colectividade”, disse o autarca, lembrando que na actualidade é mais difícil para as autarquias apoiar o movimento associativo.
Luís Miguel Franco lembrou que o Orçamento de Estado para 2011 é “enormemente penalizador” para as Autarquias e que Alcochete, apesar de estar integrado na Área Metropolitana de Lisboa, “é o quarto concelho do País que menos recebe do OE”.
“Há muito que urge uma Lei das Finanças Locais que dignifique as autarquias e que nos permita contribuir decisivamente para a valorização da qualidade de vida dos nossos cidadãos, para o desenvolvimento dos nossos municípios, para termos mais emprego e menos carências sociais”, defendeu o autarca.
O Presidente da Câmara Municipal de Alcochete sublinhou que só “com espírito de missão” se justificam os projectos e obras em curso em 2011 (a conclusão dos projectos para construção do Centro Escolar da Quebrada e o investimento total de 7 milhões de euros na requalificação da zona ribeirinha de Alcochete, apenas com 2.840.000 euros do OE e com um Orçamento Municipal global de 20 milhões de euros) e as obras realizadas em 2010 (a construção da Extensão do Centro de Saúde de Alcochete em Samouco (que aguarda a colocação de recursos humanos por parte do Ministério da Saúde); a inauguração do Parque Desportivo e de Lazer em Alcochete e o início da construção do Centro Escolar de São Francisco, o maior investimento autárquico na Freguesia de São Francisco, no valor de 3 milhões de euros).
Também o Governador Civil do Distrito de Setúbal, Manuel Malheiros, sublinhou a capacidade de intervenção e de apoio financeiro do Poder Local Democrático à construção do novo salão de ensaios da colectividade que “vai contribuir para que a educação musical e as prestações da Banda, do Orfeão e da Escola de Música possam ser melhores”.
Na perspectiva do Presidente da Assembleia Municipal de Alcochete, Miguel Boieiro, “para além desse património que se vai acrescentando e que este ano teve uma grande expressão com a Sala de Ensaios, nós temos tido ao longo destes 113 anos a sapiência de acrescentar património anímico, espiritual à nossa terra”. “Nós não deixamos morrer esta data e, cada vez mais, ela serve de alavanca para dar força, energia e coragem para enfrentar os desafios do futuro”, afirmou o autarca.
“A Sociedade Imparcial assumiu desde sempre um protagonismo inquestionável na vida social e cultural da comunidade alcochetana. A sua Banda de Música tem sido, desde a fundação desta colectividade, o seu ponto de apoio, uma banda que tem formado gerações de músicos ao longo destes 113 anos de vida, motivando carreiras profissionais e formando o carácter de muitos alcochetanos, que sentem a Banda e a Sociedade como a sua segunda casa”, destacou a Vereadora da Cultura, Susana Custódio.
Também o Presidente da Junta de Freguesia de Alcochete, Estêvão Boieiro, sublinhou ser “um dia duplamente importante para o património histórico e cultural do concelho”. “Enquanto alcochetano sinto-me particularmente feliz e motivado para continuar a colaborar e a fazer o que estiver ao meu alcance em prol de todos nós, da nossa cultura, da nossa Freguesia, do nosso Concelho”, afirmou.
Como é habitual, os órgãos sociais da Sociedade prestaram homenagem aos sócios com 25 e 50 anos de associados e a diversas entidades e personalidades que têm apoiado a colectividade.
Nesta sessão solene tornaram-se públicos os agradecimentos a várias entidades, dos quais destacamos os que foram prestados a Hermenegildo Correia (sócio beneméritoi), ao Grupo de Forcados Amadores de Alcochete e ao Eng.º Samuel Lupi (sócios honorários), bem como à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia de Alcochete, assim como aos vários intervenientes no processo da obra de construção da sala de ensaios.
Manuel Joaquim Baltazar, João Catalão Sena, José Júlio Amarelo Ferreira e José Brigue foram os sócios distinguidos com os emblemas de 50 anos.
Os sócios distinguidos com emblemas dos 25 anos foram os seguintes: João Luís Anjos Sado, João Augusto Silva, Francisco Ramos Pimentel, António Manuel Oliveira Cardoso, Fernando Manuel Leocádio Marques, João António Vieira Telles, Estêvão José Capela Garrett, José Luís Bravo Garrett, António Luís Chefe Marques, Ilídio José Viegas Martinho Massacote, Maria Rosário Janeiro Cruz, Maria de Lourdes B. M. Organista Neves, João Feliciano Costa e Paula Cristina G. Labreco Menino.
Na comemoração de mais um aniversário, a Sociedade Imparcial foi brindada com várias prendas, com destaque para os dois instrumentos musicais oferecidos pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia de Alcochete que desta forma contribuem para elevar a cultura musical local.
Na noite de 15 de Janeiro, a Banda da Sociedade Imparcial saiu mais uma vez à rua para festejar a data da autonomia político-administrativa reconquistada em 1898 e desse facto manifestar à população a alegria dos alcochetanos através da apresentação dos "cumprimentos" musicais à Câmara Municipal, à Junta de Freguesia e às associações sedeadas na Vila.