Bairrismo e autenticidade distinguem Festas do Barrete Verde e das Salinas
Após sete dias de festa e de grande convívio, Alcochete assistiu hoje de madrugada, 19 de Agosto, ao arrear das bandeiras na Av. D. Manuel I e ao espectáculo piromusical que coloriu o rio Tejo. Dois momentos que provocaram um sentimento colectivo de saudade na Vila Ribeirinha, uma vez que marcaram o encerramento da 70.ª edição das singulares Festas do Barrete Verde e das Salinas.
Noites de fado, danças sevilhanas, a procissão por terra e por mar em honra de Nossa Senhora da Vida, o concerto com Paulo de Carvalho e largadas de toiros foram alguns dos atractivos destas Festas que foram ponto de encontro de milhares de pessoas.
De 12 a 18 de Agosto, o fado, o salero e a aficion andaram de “mãos dadas” pelas ruas da Vila, que foram palco de convívio entre as gentes locais e visitantes, convívio esse que teve o seu ponto alto na noite de 13 de Agosto com a Grandiosa Noite da Sardinha Assada. A sardinha foi pretexto para juntar alcochetanos e forasteiros numa noite que só terminou com os primeiros raios de sol e depois de muitas “voltas” pelas ruas da Vila, atrás da Charanga de Alcochete, que envolveu todos num grande ambiente de festa.
E se o convívio foi bem-vindo na noite de Sábado, também não deixa de ser verdade que no Dia do Alcochetano (segunda-feira da Festa) respirou-se um ambiente bairrista nas ruas que estiveram repletas de famílias que, neste dia, fizeram questão de reunir familiares e amigos em volta de uma boa mesa ao ar livre. Especialmente neste dia, as tradições locais foram exaltadas com um programa dedicado aos “filhos da terra”.
Sendo Alcochete conhecida como “Terra Mãe de Forcados”, o Dia do Alcochetano começou com uma demonstração da Arte de Pegar Toiros realizada pelos dois Grupos de Forcados – o Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barrete Verde e o Grupo de Forcados Amadores de Alcochete - na Rua José André dos Santos e na Avenida 5 de Outubro.
À noite, a homenagem ao Campino, ao Forcado e ao Salineiro – três figuras enraizadas na história local – registou o seu ponto alto no Largo de São João, com a entrega de lembranças ao forcado Francisco Bolota, ao campino Manuel da Rosa e ao salineiro João Carneiro. E como não poderia faltar, a noite terminou em grande com um concerto pela Banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898.
Durante estes dias, a festa brava foi uma constante tendo sido promovidas largadas de toiros que se prolongaram pela noite fora, corridas de toiros e até largadas de vacas para os mais novos.
As Festas do Barrete Verde e das Salinas são o expoente máximo das tradições e da cultura das gentes de Alcochete sendo, anualmente, aguardadas com grande entusiasmo por todos aqueles que partilham o espírito que se vive em Alcochete.