Autarquia homenageia personalidades e entidades do Concelho
A Câmara Municipal promoveu ontem, 16 de Janeiro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a Sessão Solene alusiva ao 113.º Aniversário da Restauração do Concelho, que constitui um dos momentos mais sublimes das comemorações, na medida em que a Autarquia homenageia personalidades e entidades, que se destacam pelos seus serviços e actividades desenvolvidas em prol do Município, com a atribuição das Medalhas Municipais.
Perante um Salão Nobre repleto de autarcas, representantes das autoridades religiosas, militares e de segurança, representantes do movimento associativo e munícipes em geral, a Autarquia distinguiu este ano com a atribuição da Medalha Dourada da Restauração o fadista e profissional de rádio, José Freire, a poetisa alcochetana, Maria José Branco e o Grupo Sócio-Caritativo da Fábrica da Igreja Paroquial de São João Baptista de Alcochete. E distinguiu sete trabalhadores da Câmara Municipal com a atribuição da Medalha Municipal de Bons Serviços: António Mendes, Arlindo Matias, Domingos Tavares, José Silva, José Moreira, Luís Cardoso e Manuel Branco.
A cerimónia teve início com a intervenção do Presidente da Câmara que no seu discurso enalteceu a importância da celebração de um dos momentos mais elevados da História Local – a Restauração do Concelho – que marca um período de reafirmação da identidade de um Povo: “Uma vez mais assinalamos a efeméride, num processo de partilha entre a Câmara Municipal e a Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898, disponibilizando um programa cultural digno e prestigiante para a nossa comunidade, relembrando o momento histórico, mas, simultaneamente, projectando o futuro e, homenageando aqueles que, de forma determinada, ombrearam na luta e na actividade quotidiana pela afirmação da nossa identidade e pelo reforço do nosso sentir enquanto comunidade”.
“Entendemos continuar a valorizar o trabalho e a dedicação profissional de todos aqueles que, com o seu empenho e dedicação, prestam serviço à causa pública”, sublinhou Luís Miguel Franco. E acrescentou: ”Este ano quisemos relevar a dimensão social da actividade e solidariedade humana, valorizando o voluntariado, o altruísmo, a dedicação ao próximo, a par, do enaltecimento individual daqueles que com a sua arte, dimensão cultural e amor a Alcochete nos enriqueceram e prestigiaram”.
Um dos momentos mais emotivos da cerimónia foi a homenagem a José Freire, profissional de rádio e amante do fado, que ao longo de uma carreira de 50 anos colaborou de forma regular em muitas iniciativas promovidas pela Câmara Municipal abraçando de forma intensa e genuína uma terra que não o viu nascer mas que considera sua.
Enquanto fadista e apresentador destacou-se em programas como “Deixem Passar a Música” da RTP, na década de 80, além de programas tais como “Musicando” e “As músicas de José Freire” na Rádio, num percurso profissional que teve inicio no Rádio Clube Português, na década de 60, e prosseguiu pela Rádio Difusão Portuguesa e pela Rádio Comercial. A sua paixão pela Fado motivou-o a dar voz a alguns fados com especial destaque para o “Fados das Iscas” (fado tradicional com música de José de Oliveira Cosme) e “Nasci a ouvir o fado”.
O Núcleo Sportinguista de Alcochete não quis deixar de se associar a esta homenagem da Autarquia e entregou uma lembrança a José Freire, um sportinguista convicto.
Seguiu-se a homenagem a Maria José Branco, poetisa alcochetana que encontra em Alcochete a sua musa inspiradora para os muitos poemas que inscreveu no papel e que traduzem a ternura pela terra que a viu nascer em 1920, a sua vivacidade e simpatia. Autora de três livros “Minha Terra, Meu Tesouro”, (1991), “Vida, Amor, Saudade” (1997) e “Alcochete, Minha Musa”(2004), Maria José Branco tem ainda 17 poemas publicados no segundo volume da Antologia de Poetas Alcochetanos, edições da Câmara Municipal de Alcochete.
Foi com grande emoção que a poetisa leu o poema “Restauração do Concelho” escrito em 1989 e que consta no seu primeiro livro “Minha Terra, Meu Tesouro”.
O terceiro homenageado com a Medalha Dourada da Restauração foi o Grupo Sócio-Caritativo da Fábrica da Igreja Paroquial de São João Baptista de Alcochete, em reconhecimento do empenho e dedicação dos seus voluntários, que ao longo de 14 anos, têm desenvolvido um trabalho meritório no Concelho, constituindo um exemplo de uma cidadania activa que valoriza a solidariedade e a inclusão social.
“Esta distinção honra-nos muito, porque é muito gratificante constatar que uma entidade como a Câmara Municipal olha para o trabalho voluntário que se desenvolve na Paróquia e no Concelho e o considera digno de reconhecimento”, referiu o coordenador do Grupo Sócio Caritativo.
“Se todos vivêssemos, a nível mundial, num espírito de verdade e num espírito de caridade, seguramente que nós não teríamos os problemas sociais, locais e mundiais, que temos. Mas nós somos pessoas de fé e de esperança e acreditamos que o mundo vai mudar”, acrescentou Domingos de Sousa.
Seguiram-se as homenagens aos trabalhadores da Autarquia com mais de 30 ano de serviço em prol do Município e dos Munícipes, que conseguiram alcançar posições de destaque no exercício das suas funções.
A Sessão Solene chegou ao fim com um momento musical protagonizado por Sara Laureano na voz e Jorge Ramalho no clarinete.
Discurso do Presidente da Câmara Municipal