Câmara aprova envio do Plano da Barroca d’Alva à CCDR-LVT
Datado de Julho de 2008, o projecto do plano vai ser enviado à CCDR-LVT após apresentação preliminar à Comissão de Urbanismo da Assembleia Municipal, tendo por base diferentes estudos prévios já desenvolvidos, nomeadamente, de identificação das manchas de montado, das áreas arborizadas, dos habitats, das diferentes ocorrências identificadas e das características geográficas.
A proposta final deste plano traduz-se na apresentação de um conjunto turístico constituído por vários empreendimentos perfeitamente enquadrados no meio natural e na região onde se localiza, muito marcada pelo montado e pela necessidade da sua preservação, gestão e valorização.
Destacam-se os dois grandes espaços que vão valorizar o empreendimento: por um lado, um campo de golfe, com 18 buracos, e que se prevê ter dimensão internacional e, por outro lado, um parque ambiental, que se reveste de importância para a preservação da natureza e com uma vertente educacional.
Desenvolvido numa área de 440 hectares, grande parte integrada na Herdade da Barroca d’Alva, em Alcochete, o plano refere-se a uma área que está prevista no Plano Director Municipal como Núcleo de Desenvolvimento Turístico.
O Plano de Pormenor do Núcleo de Desenvolvimento Turístico da Barroca d’Alva traduz-se no conjunto turístico constituído por vários empreendimentos, que vão ter uma gestão integrada, numa área caracterizada por uma zona de várzea com cerca de 200 ha, com uma pequena albufeira, zonas de maior densidade de montado e de pinheiro manso e zonas de clareiras, não arborizadas.
O empreendimento turístico será constituído por um hotel de 5 estrelas com 120 quartos e por 5 aldeamentos turísticos, numa área total de construção de 154 mil m2, dos quais 3500 m2 são destinados a equipamentos comuns.
Desenhados de acordo com a legislação do turismo em vigor, os aldeamentos vão ter uma gestão própria, equipamentos e serviços integrados e são de baixa construção, uma vez que só é permitido a construção de 1 piso e meio.
Localizado fora dos limites da ZPE, o empreendimento turístico é o resultado de um planeamento cuidado e desenhado tendo em conta as condicionantes naturais e legislativas existentes, nomeadamente no que concerne à identificação das áreas de montado, de outras espécies arbóreas e dos habitats naturais.
Aliás, um dos objectivos inerentes ao projecto é o seu desenvolvimento sem o corte de sobreiros. Assim, fez-se o levantamento de todas as árvores existentes, definiram-se áreas de protecção de 14 metros de diâmetro para cada sobreiro.
O parque ambiental integrado na área de montado visa transformar a antiga várzea de arroz, numa zona húmida, tratada de maneira a criar habitats para a fixação no local da avifauna.
O parque integrará um centro de apoio de interpretação, um percurso pedestre que atravessa a zona de montado, ligado a um outro, dentro da zona húmida, onde existirão pontos de observação, com condições para receber visitas de grupo.
Desenvolvido com o conhecimento e acompanhamento do ICNB através da Reserva Natural do Estuário do Tejo, o parque ambiental pode vir a ser um espaço que complementa e se articula com a RNET e que poderá ser visitado pelo público em geral.
O Campo de Golfe beneficiará de um espaço desafogado e sossegado, integrado em áreas arborizadas de montado, que tira partido de uma extensa área para se poder praticar a modalidade em excelentes condições.
Este plano que já passou por diferentes fases, obtendo pareceres numa fase anterior de várias entidades, nomeadamente da CCDR-LVT, do ICNB, e outras, vai agora ser enviado novamente à CCDR-LVT para que os representantes das diferentes entidades que têm de se pronunciar possam emitir um parecer final.