Autarquia dá a conhecer Plano de Memórias do Concelho
“Pensamos que numa altura que se avizinham mudanças para o Concelho, nomeadamente com a vinda do novo Aeroporto de Lisboa, é necessário manter as nossas tradições e conhecer o nosso passado”, frisou o vereador António Luís durante o seu discurso de abertura.
Dar rosto e voz às memórias, que actualmente se vão perdendo em “caixas de recordações”, é o grande objectivo deste Plano inovador, que se encontra dividido em vários subprojectos que contribuem para a concretização de um estudo de memórias global.
“O Falar dos Nossos Avós”, “Memórias do Trabalho”, “Memórias da Festa e Devoção /Rituais” e “Memórias das Instituições” são os quatro projectos que ao serem desenvolvidos vão permitir a recolha de expressões de linguagem tipicamente alcochetanas, a identificação das profissões e ofícios de Alcochete, o estudo do carácter festivo e o conhecimento das histórias das instituições que integram esta comunidade.
Perante uma plateia repleta, o Vereador Paulo Machado não quis deixar de destacar que: “Este Plano é muito importante porque vive das pessoas e apela a um aspecto fundamental: à memória de cada um de vós, aos objectos, às fotografias e aos recortes que, aparentemente, apenas têm significado para vós, mas que, ao serem partilhados, estudados, investigados e divulgados, podem assumir um papel fundamental na compreensão de uma comunidade”.
“No fundo, este Plano reflecte a História de Alcochete, das suas pessoas, instituições, festas, devoções, da sua música e da sua religiosidade. Portanto, este é um trabalho transversal que envolve, por um lado, o Museu Municipal e, por outro, a participação de todos”, acrescentou ainda Paulo Machado.
Os munícipes podem dar o seu contributo através de depoimentos, empréstimo ou doação de fotografias, de cartas ou de outros documentos que considerem pertinentes para o desenvolvimento deste acervo colectivo.
Valorizar as pessoas, as instituições e as tradições do Concelho e fomentar uma cultura de preservação são dois grandes objectivos deste Plano das Memórias, que visa ainda o desenvolvimento de estudos de carácter sócio-etnográfico, a construção de um acervo documental de referência, a criação de novas parcerias e a divulgação do conhecimento adquirido através de debates, fóruns regionais e outras iniciativas.
Depois de apresentado o Plano, foram vários os munícipes que intervieram e mostraram disponibilidade para participar neste Projecto.
No final da apresentação, o vereador António Luís Rodrigues sublinhou o interesse da Câmara Municipal em preservar as memórias do Concelho e, neste sentido, referiu os esforços levados a efeito pela Autarquia, no sentido de dotar o Município de mais um núcleo museológico dedicado à molinologia.
A apresentação do Plano de Memórias, assim como o concerto com o Sexteto de Metais da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 assinalaram o início das Comemorações dos 111 Anos da Restauração do Concelho.
Antes da apresentação pública do Plano das Memórias, a Galeria Municipal esteve lotada para ouvir o jovem grupo de metais da Sociedade Imparcial que, dirigido pelo Maestro António Rei Menino, interpretou um repertório musical diversificado e distinguível.