Sociedade do Samouco festeja aniversário com um concerto memorável
A presidir à sessão solene estiveram o Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, o representante do Governo Civil de Setúbal, o presidente da Junta de Freguesia de Alcochete, o vice-presidente do município espanhol de Ayamonte e os presidentes da Assembleia-Geral e da Direcção da colectividade.
A cerimónia contou também com as presenças dos vereadores do concelho de Alcochete, dos membros do Executivo da Junta de Freguesia de Samouco, do novo Pároco da Freguesia, dos representantes do município de Ayamonte e do director de Comunicação do Campo Pequeno de Lisboa, entre outras individualidades.
As felicitações à Sociedade foram bem expressivas através da oferta de lembranças por parte das várias instituições e de dois instrumentos musicais oferecidos pela Câmara Municipal de Alcochete e pela Junta de Freguesia de Samouco.
Na sua intervenção, o Presidente da Câmara Municipal de Alcochete felicitou a Sociedade do Samouco pelo seu 89.º aniversário, uma colectividade “detentora de um historial rico e conhecido de todos, com identidade, que ao longo do seu percurso histórico tem sabido enriquecer-se e enriquecer a nossa comunidade”, disse.
Luís Miguel Franco sublinhou ainda o eclectismo da Filarmónica, destacando que a colectividade “tem sabido, ao longo dos tempos, honrar a sua história, o Município de Alcochete, a freguesia do Samouco e a população do nosso concelho”.
O autarca congratulou-se ainda com a presença do Presidente da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 na festa de aniversário da Sociedade do Samouco, na medida em que “para a Câmara Municipal, ambas as colectividades e os seus expoentes máximos, as suas bandas de música, em muito nos honram, em muito nos orgulham e em muito engrandecem todo o nosso concelho e a nossa população”.
O autarca destacou a relação entre a cidade de Ayamonte e Alcochete, destacando que “têm muitas afinidades”, desde a geografia, com a localização na margem esquerda e na foz de dois rios internacionais às “tradições e identidade cultural, pela grande paixão das suas comunidades pela música, pelas bandas de música, pela festa brava e pelos toiros”.
Numa interpelação ao representante do Governo Civil do Distrito de Setúbal, o Presidente do Município pediu mais apoios do Estado para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete, lembrando que “os bombeiros estão muito necessitados ao nível de equipamentos de protecção individual”.
No seu discurso, o vice-presidente do município de Ayamonte, salientou o prazer de estar em Samouco a festejar o aniversário da banda que, há cerca de 13 anos, anima as festas em honra de Nossa Senhora das Angustias e lembrou ainda a relação estabelecida há muitos anos com a banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro, considerando que as duas bandas do concelho de Alcochete são “as melhores de Portugal”.
“Creio que a amizade que nasceu entre os povos é o que nos une e é isso que verdadeiramente me atraiu a estar aqui, mais do que como representante político”, referiu ainda José Manuel Rodríguez Martin.
Também o representante do Governo Civil do Distrito de Setúbal destacou a importância das colectividades para a promoção da cultura. “As sociedades filarmónicas são um marco importante para o desenvolvimento cultural das comunidades onde estão inseridas e para a melhoria da cidadania”, considerou, referindo que este ano os apoios do Governo foram direccionados para as áreas da protecção civil e da segurança rodoviária.
Num breve discurso, António Almeirim, presidente da Junta de Freguesia de Samouco, deu conta dos sentimentos vividos nos momentos em que acompanhou a Banda do Samouco nas suas deslocações. “Tenho 48 anos de vida em Samouco e nunca me senti tão samouqueiro como este ano em Ayamonte”, disse.
“Está mais que comprovado que as colectividades culturais, desportivas e recreativas são uma incontornável mais-valia no tecido social do País”, recordou o presidente da Direcção da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense, no início da sua intervenção.
Manuel Ferreira Teixeira manifestou a gratidão da direcção da colectividade pelos vários apoios concedidos pela Câmara Municipal de Alcochete e pela Junta de Freguesia de Samouco e apelou ao apoio de outras entidades para fazer face a carências que vão desde a necessidade de reparar e comprar novos instrumentos e fardamento para os músicos até aos encargos com o funcionamento da Escola de Música, que aceita alunos a partir dos seis anos de idade.
No dia do aniversário da colectividade, o dirigente associativo enalteceu o papel da Banda, do seu maestro e de todos os músicos que somam já mais de 50 actuações em 2008. “Se a Sociedade tem hoje identidade própria, é admirada, respeitada e conhecida no País e além fronteiras, muito tem contribuído a Banda, numa constante actividade, levando a arte musical a excelentes actuações, dignificando a vila de Samouco e o concelho de Alcochete”, concluiu.
Após os discursos, a Banda da Sociedade Filarmónica revelou as suas imensas qualidades artísticas em palco com a apresentação dos temas “La Fiesta”, “Tango para um Torero”, “La Primitiva”, “Valsa n.º 2”, “Maria Leopoldina Guia”, “African Symphony”, “Ecos Españoles”, “España Cañi para três Trompetes” e “La Porta Grande”, alguns dos quais dançados por seis jovens dançarinos.
O espectáculo encerrou com a actuação conjunta da Banda e do Grupo Coral que interpretaram “Saudação”, um tema da autoria de Prim Margal com arranjo musical de António Onofre.