Alcochete mantém as suas características históricas
A reconstituição cartográfica do núcleo antigo da vila de Alcochete nos séculos XV e XVI, tendo por base fontes documentais escritas como o tombo do Concelho de Santa Maria da Sabonha, de 1498, o Livro de Visitações da Ordem de Santiago, de 1512, cartografia do século XIX e um conjunto de fontes arqueológicas resultantes de trabalhos de arqueologia realizados em Alcochete, presidiu à intervenção do arqueólogo do Museu Municipal de Alcochete, Dr. Miguel Correia.
A proposta de planta do Núcleo Antigo da Vila de Alcochete, nos séculos XV e XVI, aponta para o traçado irregular das ruas, como a Rua do Século, do Diário de Notícias, da Praça e do Talho, entre outras, ainda característica dos aglomerados medievais, com confluência num centro, o antigo Largo da Praça, hoje Largo da República. Para Miguel Correia, na vila de Alcochete existiam ainda dois importantes eixos de comunicação: a atravessar o lado norte, do actual Largo da Misericórdia até ao acesso do lado nascente da vila e um outro a sul, proveniente da antiga Aldeia Galega (actual Montijo).
A existência de dois rossios em Alcochete, um desde as Fontainhas (actual Quinta da Praia das Fontes) até às casas de D. Fernando (actual Rossio) e outro entre a Igreja Matriz e o Largo do Moizém, foi também um dos dados curiosos referidos.
A questão da localização de um paço real em Alcochete, localizado onde existe actualmente o edifício designado Paço de São João, é um tema que continua a levantar dúvidas ao arqueólogo do Museu Municipal de Alcochete, que destacou a importância da descoberta de uma torre de vigia, provavelmente da época de D. João I, no edificado da Igreja da Misericórdia de Alcochete.
Os vestígios da Idade Moderna em Alcochete na arquitectura civil, no património monumental e na toponímia foram também enumerados durante a apresentação.
A “Noite dos Museus”, festejada no Núcleo de Arte Sacra de Alcochete, contou com a entrada gratuita no núcleo museológico e a oferta de materiais de divulgação, iniciativas que se prolongaram ao dia seguinte, 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus.