Júlio Quaresma no Fórum Cultural
22 Jan 2007
“Mare Nostrum” incita à controvérsia
A Câmara Municipal inaugurou no passado sábado, 20, no Fórum Cultural de Alcochete a controversa exposição de Júlio Quaresma “Mare Nostrum”, que impõe uma reflexão sobre a temática da religião enquanto forma de conflito.
Aclamada pela crítica espanhola, que a considerou uma das exposições mais interessantes e bem conseguidas interacções entre o espaço, e os elementos plásticos instalados, após ter sido apresentada em Valência, no Institut Valenciá d’Art Modern e no Palácio de los Serranos em Ávila, a inauguração reuniu no Fórum Cultural um público diversificado de conhecedores e interessados pela obra de Júlio Quaresma e amigos do pintor.
Agora no espaço do Fórum Cultural de Alcochete, esta exposição ocupa uma sala negra, pontuada por alguns vermelhos, que induz pela cultura da cor, a um espaço de paixão de recolhimento e de reflexão dorida sobre a existência feita de rostos com os quais nos cruzamos de espaços de passagem/ ligação mas também das barreiras que construímos e dos castelos de solidão e de angústia em que nos fechamos. As frases da Bíblia, Corão e Tora que se inscrevem nas paredes expressam os conceitos que poderiam ter suportado a mudança, a modernidade e, sobretudo, a tolerância face à diferença.
Com a exposição “Mare Nostrum”, Júlio Quaresma pretende questionar as pessoas sobre a sociedade em que vivemos, a sociedade do séc. XXI: “É sobretudo um grito de alerta em relação à própria hipocrisia do poder, quando está estruturada sobre conceitos de bondade e tolerância, que são os conceitos veiculados pela própria religião”. E acrescenta: “Aquilo que há subjacente a isto é um alerta sobre a perversidade da palavra quando manipulada pelo poder, é aquilo que eu pretendo que as pessoas aqui se confrontem”. “Quer os quadros, quer os títulos, quer a forma como estão expostos têm como intenção base, obrigar à reflexão, obrigar à avaliação dos paradigmas da própria sociedade”, sublinha o pintor.
Júlio Quaresma é arquitecto e o espaço nele releva o sagrado onde os corpos dialogam entre a pintura e a fotografia, e como afirma Lyle Rexer, crítico de arte americano “… a apropriação da fotografia aqui é um atrevimento e se Warhol propôs um segundo modo de ser para a fotografia, Quaresma propõe-nos um terceiro”.
Com as suas exposições Júlio Quaresma pretende provocar, mas não tão somente provocar por provocar, mas no sentido de obrigar as pessoas a questionarem-se e a reflectir. A sua perspectiva em relação à pintura é de que ela seja um veículo de humanização e reeducação, para que as pessoas ao olharem possam construir algumas perguntas sobre aquilo que é o mundo que nos envolve.
A obra de Júlio Quaresma é bastante conhecida e aclamada na “cena” internacional, em que o espaço nunca aparece dado, mas sim trabalhado, assumindo uma prioridade na integração das suas pinturas.
Patente ao público até 8 de Abril, “Maré Nostrum” tem visita obrigatória de terça-feira a Domingo, entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 18h00, no Fórum Cultural de Alcochete.
Aclamada pela crítica espanhola, que a considerou uma das exposições mais interessantes e bem conseguidas interacções entre o espaço, e os elementos plásticos instalados, após ter sido apresentada em Valência, no Institut Valenciá d’Art Modern e no Palácio de los Serranos em Ávila, a inauguração reuniu no Fórum Cultural um público diversificado de conhecedores e interessados pela obra de Júlio Quaresma e amigos do pintor.
Agora no espaço do Fórum Cultural de Alcochete, esta exposição ocupa uma sala negra, pontuada por alguns vermelhos, que induz pela cultura da cor, a um espaço de paixão de recolhimento e de reflexão dorida sobre a existência feita de rostos com os quais nos cruzamos de espaços de passagem/ ligação mas também das barreiras que construímos e dos castelos de solidão e de angústia em que nos fechamos. As frases da Bíblia, Corão e Tora que se inscrevem nas paredes expressam os conceitos que poderiam ter suportado a mudança, a modernidade e, sobretudo, a tolerância face à diferença.
Com a exposição “Mare Nostrum”, Júlio Quaresma pretende questionar as pessoas sobre a sociedade em que vivemos, a sociedade do séc. XXI: “É sobretudo um grito de alerta em relação à própria hipocrisia do poder, quando está estruturada sobre conceitos de bondade e tolerância, que são os conceitos veiculados pela própria religião”. E acrescenta: “Aquilo que há subjacente a isto é um alerta sobre a perversidade da palavra quando manipulada pelo poder, é aquilo que eu pretendo que as pessoas aqui se confrontem”. “Quer os quadros, quer os títulos, quer a forma como estão expostos têm como intenção base, obrigar à reflexão, obrigar à avaliação dos paradigmas da própria sociedade”, sublinha o pintor.
Júlio Quaresma é arquitecto e o espaço nele releva o sagrado onde os corpos dialogam entre a pintura e a fotografia, e como afirma Lyle Rexer, crítico de arte americano “… a apropriação da fotografia aqui é um atrevimento e se Warhol propôs um segundo modo de ser para a fotografia, Quaresma propõe-nos um terceiro”.
Com as suas exposições Júlio Quaresma pretende provocar, mas não tão somente provocar por provocar, mas no sentido de obrigar as pessoas a questionarem-se e a reflectir. A sua perspectiva em relação à pintura é de que ela seja um veículo de humanização e reeducação, para que as pessoas ao olharem possam construir algumas perguntas sobre aquilo que é o mundo que nos envolve.
A obra de Júlio Quaresma é bastante conhecida e aclamada na “cena” internacional, em que o espaço nunca aparece dado, mas sim trabalhado, assumindo uma prioridade na integração das suas pinturas.
Patente ao público até 8 de Abril, “Maré Nostrum” tem visita obrigatória de terça-feira a Domingo, entre as 10h00 e as 13h00 e as 14h00 e as 18h00, no Fórum Cultural de Alcochete.