Fórum Cultural de Alcochete
20 Jan 2007
Júlio Quaresma inaugura exposição
A Câmara Municipal de Alcochete inaugura, hoje, 20 de Janeiro, pelas 21h30, no Fórum Cultural de Alcochete, a exposição de pintura de Júlio Quaresma, “Mare Nostrum”.
Esta exposição foi já apresentada em Valência, no Institut Valenciá d`Art Modern e no Palácio de los Serranos, em Ávila, e segundo a crítica espanhola, foi uma das mais interessantes e bem conseguidas interacções entre o espaço “La Muralla”, no IVAM, e os elementos plásticos lá existentes, onde se projecta a memória de uma vivência comum, a do Mar Mediterrâneo.
Júlio Quaresma assume o espaço como Mar Mediterrâneo, na sua interculturalidade, onde os diálogos ou sua ausência reflectem o mundo.
No Fórum Cultural de Alcochete, a sala negra, pontuada por alguns vermelhos, induz pela cultura da cor, a um espaço de paixão, de recolhimento e de reflexão dorida sobre a existência feita de rostos com os quais nos cruzamos, de espaços de passagem/ligação mas também das barreiras que construímos e dos castelos de solidão e de angústia em que nos fechamos.
“Para Júlio Quaresma, o espaço nunca aparece dado, mas sim trabalhado, como uma questão primeira e que ocupa toda a obra”, escreveu Chaké Matossian sobre o pintor, na década de 90 do século XX.
“O quadro inscreve-se num sistema de representação, visando mostrar que não existe espaço real no qual se encontraria, mas o espectador, ele próprio, à primeira vista, vê-se absorvido no espaço de representação, como um actor em cena, como figurante. Estranhamente, não há em Júlio Quaresma um espaço fora da obra. O espaço envolvente, mesmo o do espectador faz parte de um espaço único, dentro do qual e sem exterioridade que é o espaço da obra, do palco”, acrescenta.
“O corpo moderno ambiciona um nível de espectacularidade capaz de concentrar a atenção e de subtrair-se ao anonimato”, considera Achile Bonito Oliva, no seu texto “Il corpo glorioso di Quaresma”.
Consuelo Ciscar escreve “Quaresma estuda a metamorfose do corpo dos homens, andróginos e transexuais, símbolos do primeiro homem, na sua busca permanente da felicidade e oposição à religião que o persegue obsessivamente”.
Telas, fotografias e elementos escritos constróem o universo de reflexão sobre a solidão e o conflito enquanto no pavimento se desenha um espaço de afectos, de rostos com que nos cruzamos diariamente, projecta-se um jogo entre os diálogos que estabelecemos com o silêncio, com o espaço e com aqueles com quem nos cruzamos. Tudo se posiciona como um espaço de diálogo e de conflito mas, sobretudo, como um espaço de reflexão sobre os valores que nos regem e que estruturam a sociedade em que vivemos e sobre a força da perversidade das palavras.
Esta exposição estará patente ao público até 8 de Abril, com abertura de terça a domingo, das 10 às 13h00 e das 14 às 18h00.
Esta exposição foi já apresentada em Valência, no Institut Valenciá d`Art Modern e no Palácio de los Serranos, em Ávila, e segundo a crítica espanhola, foi uma das mais interessantes e bem conseguidas interacções entre o espaço “La Muralla”, no IVAM, e os elementos plásticos lá existentes, onde se projecta a memória de uma vivência comum, a do Mar Mediterrâneo.
Júlio Quaresma assume o espaço como Mar Mediterrâneo, na sua interculturalidade, onde os diálogos ou sua ausência reflectem o mundo.
No Fórum Cultural de Alcochete, a sala negra, pontuada por alguns vermelhos, induz pela cultura da cor, a um espaço de paixão, de recolhimento e de reflexão dorida sobre a existência feita de rostos com os quais nos cruzamos, de espaços de passagem/ligação mas também das barreiras que construímos e dos castelos de solidão e de angústia em que nos fechamos.
“Para Júlio Quaresma, o espaço nunca aparece dado, mas sim trabalhado, como uma questão primeira e que ocupa toda a obra”, escreveu Chaké Matossian sobre o pintor, na década de 90 do século XX.
“O quadro inscreve-se num sistema de representação, visando mostrar que não existe espaço real no qual se encontraria, mas o espectador, ele próprio, à primeira vista, vê-se absorvido no espaço de representação, como um actor em cena, como figurante. Estranhamente, não há em Júlio Quaresma um espaço fora da obra. O espaço envolvente, mesmo o do espectador faz parte de um espaço único, dentro do qual e sem exterioridade que é o espaço da obra, do palco”, acrescenta.
“O corpo moderno ambiciona um nível de espectacularidade capaz de concentrar a atenção e de subtrair-se ao anonimato”, considera Achile Bonito Oliva, no seu texto “Il corpo glorioso di Quaresma”.
Consuelo Ciscar escreve “Quaresma estuda a metamorfose do corpo dos homens, andróginos e transexuais, símbolos do primeiro homem, na sua busca permanente da felicidade e oposição à religião que o persegue obsessivamente”.
Telas, fotografias e elementos escritos constróem o universo de reflexão sobre a solidão e o conflito enquanto no pavimento se desenha um espaço de afectos, de rostos com que nos cruzamos diariamente, projecta-se um jogo entre os diálogos que estabelecemos com o silêncio, com o espaço e com aqueles com quem nos cruzamos. Tudo se posiciona como um espaço de diálogo e de conflito mas, sobretudo, como um espaço de reflexão sobre os valores que nos regem e que estruturam a sociedade em que vivemos e sobre a força da perversidade das palavras.
Esta exposição estará patente ao público até 8 de Abril, com abertura de terça a domingo, das 10 às 13h00 e das 14 às 18h00.