Mensagem do Presidente

Caros Munícipes,

A identidade de uma comunidade é feita por aqueles que, de forma individual ou colectiva, se constituem como os principais protagonistas das suas práticas sociais, por aqueles que nos vão ajudando a construir memórias, a preservar costumes, a materializar o presente e a continuar o caminho futuro de uma história que tem uma narrativa e laços comuns.

São as pessoas e as instituições que representam a força motriz de uma comunidade. É da sua capacidade de associação e de dinamização, da sua vontade de idealizar e realizar, que se deve a existência, ou não, de uma identidade colectiva forte e sustentada no tempo.

Em matéria de identidade não tenho dúvidas em afirmar que Alcochete é um exemplo ímpar da importância de um tecido social e associativo orgulhoso do seu passado e das suas tradições e, simultaneamente, dinâmico e empreendedor.

Nos últimos anos, a pandemia colocou a todos constrangimentos diversos, aos quais respondemos com solidariedade, resiliência e, em muitos casos, criatividade. Vivemos tempos de distanciamento social que quebraram práticas quotidianas, que interromperam as nossas vivências em comunidade. Neste contexto, também, o dinamismo do nosso movimento associativo foi colocado à prova, demonstrando que a sua capacidade de resistência é bastante superior aos obstáculos.

Ao longo destes dois anos, a câmara municipal esteve próxima do movimento associativo local, procurando sempre fazer parte da solução, apoiando as coletividades e associações, incentivando os seus dirigentes e associados a não desistir, valorizando o seu papel social e cultural.

Apesar de algumas incertezas, decorrentes da pandemia e também do conflito armado e injustificado em território europeu, finalmente parecem estar reunidas as devidas condições para vivermos a felicidade de celebrar as nossas maiores festividades: as Festas de Confraternização Camponesa de São Francisco, as Festas em Honra de Nossa Senhora do Carmo no Samouco e as Festas do Barrete Verde e das Salinas de Alcochete.

É quase um recomeço. Um voltar a tempos que nos parecem distantes, mas que certamente continuam bem presentes na nossa memória. As ruas de Alcochete, do Samouco e de São Francisco vão voltar a ganhar o brilho do arraial, a animação das charangas e das largadas, o burburinho dos milhares de pessoas, sejam locais ou visitantes, que partilham das nossas tradições, do espírito único e autêntico que se vive na nossa terra.

Queremos continuar a afirmar a identidade de Alcochete. O “renascer” destas festividades é mais um passo nesse caminho, que só podemos fazer mantendo vivas as nossas mais fiéis tradições, reforçando a proximidade ao movimento associativo, incentivando a inovação e a modernidade e servindo diariamente Alcochete e os seus cidadãos.

Fernando Pinto
Presidente da Câmara

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