Voto de Pesar pelo falecimento de Salvador Duarte
Na reunião de câmara de 27 de março, o Executivo Municipal aprovou por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento de Salvador Duarte e guardou um minuto de silêncio.
Salvador Catum da Silva Duarte nasceu a 14 de abril de 1945, na cidade do Montijo. Foi na cidade vizinha que cresceu e se fez homem.
Aos 20 anos, o amor trouxe Salvador Duarte até Alcochete. Casou e passou a residir em Alcochete, onde criou os seus filhos.
O Fado foi sempre uma constante na sua vida, desde muito pequeno que deu voz à canção nacional, sobressaindo e colhendo a atenção por todos os locais por onde passava.
Em 1973 gravou o seu álbum de Fado, LP intitulado “Silva Duarte – A Voz do Povo”. Neste trabalho participaram os músicos António Chainho, José Luis Nobre Costa, José Maria Nóbrega e Raul Silva.
Reconhecido entre os seus pares e pelo público como um nome a destacar, com o Fado manteve sempre uma relação de amor. Profissionalmente, grande parte da sua vida foi dedicada a trabalhar na empresa “Firestone”, em Alcochete.
Cantou nas mais diversas casas de Fado em Lisboa, tais como Arreda, Faia, Painel do Fado, entre outras. Com o mesmo entusiamo cantava na noite de S. João, na praceta “velha”, porque o Salvador era assim, um fadista conhecido por muitos, num tempo em que não existiam redes sociais, mas sempre humilde e amigo do seu amigo.
Cidadão atento e disponível, Salvador Duarte tinha ainda tempo para se dedicar a diversas causas de solidariedade e participou ativamente em diversas associações culturais e coletividades de Alcochete e Montijo a destacar a direção da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro no Montijo e a Casa da malta em Alcochete.
Foi também um grande impulsionador do intercâmbio cultural entre Portugal e Espanha, no caso, Alcochete – Ayamonte, trazendo às Festas do Barrete Verde e das Salinas, pela primeira vez, a “Charanga de los Ruedo”, assim como às Festas da Moita e Montijo. Em várias edições das Festas do Barrete Verde e das Salinas partilhou o seu conhecimento, organizando os apontamentos de Fado que as nossas festas contemplam.
Vítima de doença prolongada, faleceu no passado dia 18 de março, deixando um vazio entre todos os que o estimavam.
O seu orgulho no Fado perpetuar-se-á no dedilhar da Guitarra Portuguesa pelo seu filho José Manuel Duarte, que se tornou músico profissional.
Salvador Duarte deixa um legado de empatia e carinho, no seio familiar, mas também por cada canto que passou, nas mais diversas áreas e desde os mais novos aos mais velhos. Quando assim é, não se morre, vive-se na memória e no coração de quem não esquece.
E Alcochete também não esquece Salvador Duarte.