Centenário do Nascimento de Lopes-Graça
16 Nov 2006
Exposição e lançamento de livro em Alcochete
A Câmara Municipal de Alcochete comemora o centenário do nascimento do compositor português Fernando Lopes – Graça com a inauguração da exposição “Vida e Obra de Fernando Lopes - Graça” e o lançamento do livro “A Canção Popular Portuguesa em Fernando Lopes - Graça”, no próximo Sábado, 18 de Novembro, às 21.30 horas, no Fórum Cultural de Alcochete.
A referida exposição estará patente ao público até 14 de Dezembro, de Terça a Domingo, das 10 às 13.00 e das 14 às 18 horas.
Fernando Lopes – Graça nasceu a 17 de Dezembro de 1906, em Tomar, onde iniciou os estudos de piano. De 1924 a 1931 concluiu os estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa, onde estudou piano com o professor José Viana da Mota, composição com Tomás Borba e ciências musicais com Luís de Freitas Branco
Em 1932 começou a ensinar na Academia de Música de Coimbra, cidade onde permaneceu até 1936, tendo sido alvo de duas detenções por motivos políticos que o impediram de ensinar em escolas públicas, apesar de ter ganho uma vaga de professor de piano no Conservatório Nacional de Lisboa em 1931.
Estes anos coincidiram com um primeiro período como compositor em que revela a influência de autores como Arnold Schönberg e Paul Hindemith.
Nas suas primeiras obras destaca-se um atento estudo da prosódia da língua portuguesa, manifestado nas suas canções de poetas como António Botto, Adolfo Casais Monteiro, José Régio ou Fernando Pessoa.
Fernando Lopes - Graça instalou-se em Paris em 1937, onde estudou Musicologia na Sorbonne com Paul-Marie Masson e contactou com o compositor Charles Koechlin.
Em Paris compôs várias obras para piano, a música para o bailado realista La Fièvre du Temps e realizou as suas primeiras harmonizações para voz e piano de canções tradicionais portuguesas.
Regressou a Lisboa em 1939, retomando a sua actividade como cronista musical, musicólogo, professor e maestro coral. Ensinou piano, harmonia e contraponto na Academia de Amadores de Música e constituiu a sociedade Sonata que, entre 1942 e 1960, promoveu concertos apresentando programas inteiramente preenchidos por música do século XX.
Ganhou o primeiro prémio de composição patrocinado pelo Círculo de Cultura Musical em 1940 com o Concerto para piano e orquestra n.º 1, em 1942 com a cantata História Trágico-Marítima sobre textos de Miguel Torga, em 1944 com a Sinfonia per orchestra, e, em 1952 com a Sonata para piano nº 3.
Colaborou, como critico musical e teatral, nas publicações periódicas Seara Nova e O Diabo e organizou a Biblioteca Cosmos com Bento Jesus Caraça.
Participou no Movimento de Unidade Democrática e no Partido Comunista Português, do qual se tornou militante por volta de 1944.
Em 1945 apresentou um plano para a organização estatal da música, dá início à composição das célebres Canções Heróicas e participa na criação do Coro do Grupo Dramático Lisbonense, que deu origem ao Coro da Academia de Amadores de Música. Inicia a colaboração com a revista Vértice.
Em 1954 é afastado da Academia de Amadores de Música, na sequência da proibição para dar aulas em instituições privadas de ensino.
Colabora na revista Gazeta Musical (1950-1957) e na edição do Dicionário de Música (1954-8), da Editorial Cosmos.
Nos finais da década de 50 trava conhecimento com Michel Giacometti e do trabalho em conjunto surge, em 1960, o primeiro volume discográfico da colecção “Antologia da Música Regional Portuguesa”, dedicado a Trás-os-Montes e, em 1981, o Cancioneiro Popular Português, edição do Círculo de Leitores.
Nas décadas de 60 e 70 destacam-se a criação do Canto de Amor e de Morte, quinteto com piano, e a Sonata para piano nº 5, escrita em 1977, obras que evidenciam uma mudança de estilo com exploração intensiva do ritmo e da harmonia.
O impressionante Requiem para as vítimas do fascismo em Portugal (1979), as Sete predicações de “Os Lusíadas” (1980), o bailado Dançares, os Dez Novos Sonetos de Camões, Aquela nuvem e outras (sobre poemas infantis de Eugénio de Andrade), as Geórgicas e os Sete apotegmas são exemplos da vastíssima obra que Fernando Lopes – Graça compôs e que mantêm para sempre viva a sua memória.
A referida exposição estará patente ao público até 14 de Dezembro, de Terça a Domingo, das 10 às 13.00 e das 14 às 18 horas.
Fernando Lopes – Graça nasceu a 17 de Dezembro de 1906, em Tomar, onde iniciou os estudos de piano. De 1924 a 1931 concluiu os estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa, onde estudou piano com o professor José Viana da Mota, composição com Tomás Borba e ciências musicais com Luís de Freitas Branco
Em 1932 começou a ensinar na Academia de Música de Coimbra, cidade onde permaneceu até 1936, tendo sido alvo de duas detenções por motivos políticos que o impediram de ensinar em escolas públicas, apesar de ter ganho uma vaga de professor de piano no Conservatório Nacional de Lisboa em 1931.
Estes anos coincidiram com um primeiro período como compositor em que revela a influência de autores como Arnold Schönberg e Paul Hindemith.
Nas suas primeiras obras destaca-se um atento estudo da prosódia da língua portuguesa, manifestado nas suas canções de poetas como António Botto, Adolfo Casais Monteiro, José Régio ou Fernando Pessoa.
Fernando Lopes - Graça instalou-se em Paris em 1937, onde estudou Musicologia na Sorbonne com Paul-Marie Masson e contactou com o compositor Charles Koechlin.
Em Paris compôs várias obras para piano, a música para o bailado realista La Fièvre du Temps e realizou as suas primeiras harmonizações para voz e piano de canções tradicionais portuguesas.
Regressou a Lisboa em 1939, retomando a sua actividade como cronista musical, musicólogo, professor e maestro coral. Ensinou piano, harmonia e contraponto na Academia de Amadores de Música e constituiu a sociedade Sonata que, entre 1942 e 1960, promoveu concertos apresentando programas inteiramente preenchidos por música do século XX.
Ganhou o primeiro prémio de composição patrocinado pelo Círculo de Cultura Musical em 1940 com o Concerto para piano e orquestra n.º 1, em 1942 com a cantata História Trágico-Marítima sobre textos de Miguel Torga, em 1944 com a Sinfonia per orchestra, e, em 1952 com a Sonata para piano nº 3.
Colaborou, como critico musical e teatral, nas publicações periódicas Seara Nova e O Diabo e organizou a Biblioteca Cosmos com Bento Jesus Caraça.
Participou no Movimento de Unidade Democrática e no Partido Comunista Português, do qual se tornou militante por volta de 1944.
Em 1945 apresentou um plano para a organização estatal da música, dá início à composição das célebres Canções Heróicas e participa na criação do Coro do Grupo Dramático Lisbonense, que deu origem ao Coro da Academia de Amadores de Música. Inicia a colaboração com a revista Vértice.
Em 1954 é afastado da Academia de Amadores de Música, na sequência da proibição para dar aulas em instituições privadas de ensino.
Colabora na revista Gazeta Musical (1950-1957) e na edição do Dicionário de Música (1954-8), da Editorial Cosmos.
Nos finais da década de 50 trava conhecimento com Michel Giacometti e do trabalho em conjunto surge, em 1960, o primeiro volume discográfico da colecção “Antologia da Música Regional Portuguesa”, dedicado a Trás-os-Montes e, em 1981, o Cancioneiro Popular Português, edição do Círculo de Leitores.
Nas décadas de 60 e 70 destacam-se a criação do Canto de Amor e de Morte, quinteto com piano, e a Sonata para piano nº 5, escrita em 1977, obras que evidenciam uma mudança de estilo com exploração intensiva do ritmo e da harmonia.
O impressionante Requiem para as vítimas do fascismo em Portugal (1979), as Sete predicações de “Os Lusíadas” (1980), o bailado Dançares, os Dez Novos Sonetos de Camões, Aquela nuvem e outras (sobre poemas infantis de Eugénio de Andrade), as Geórgicas e os Sete apotegmas são exemplos da vastíssima obra que Fernando Lopes – Graça compôs e que mantêm para sempre viva a sua memória.