Câmara quer mais serviço público no transporte fluvial
A qualidade do serviço público do transporte fluvial esteve em discussão ontem, 11 de janeiro, na primeira sessão de câmara de 2017. O executivo municipal aprovou, por unanimidade, a tomada de posição “Pela melhoria do transporte fluvial, na Transtejo e do serviço público de transportes”.
Sendo a mobilidade uma das suas áreas de atuação, o vereador José Luís Alfélua apresentou uma introdução a esta matéria, recordando que o transporte no Tejo sempre uma teve uma importância vital na deslocação das pessoas e que, “(…) de facto, nos últimos tempos, também fruto da conjuntura, verificou-se, no final de 2016, uma redução drástica das carreiras, e um conjunto de anomalias e de problemas nos transportes da TransTejo que agravaram-se de sobremaneira e que motivaram tomadas de posição das autarquias e da comissão de utentes do Cais do Seixalinho que reivindica um conjunto de medidas e que promoveu, no passado dia 4 de janeiro, uma concentração no cais do Sodré que foi fortemente participada”.
Quanto a problemas concretos, para além da redução do número de trabalhadores e da falta de manutenção das frotas da Transtejo, nesta tomada de posição, o município de Alcochete aponta ainda a supressão de carreiras como um dos principais constrangimentos que condicionam a atratividade dos transportes públicos, e a necessidade de criar um novo sistema tarifário, que inclua um passe social utilizável em todos os operadores e meios de transportes, que promova a mobilidade em toda a área metropolitana de Lisboa (AML).
Sobre esta última questão, José Luís Alfélua reforçou a importância da criação de um passe social intermodal “(…) que deve incluir todos os transportes e operadores que atuam na Área Metropolitana de Lisboa de forma a simplificar a mobilidade e a criar condições de atratividade nos transportes públicos”.
De acordo com a tomada de posição aprovada, e considerando que o transporte fluvial no rio Tejo é fundamental para aproximar as duas margens, a câmara municipal de Alcochete “(…) reivindica a tomada de medidas por parte da TansTejo e do governo que visem a resolução imediata destas situações, que limitam/ privam o direito à mobilidade dos utentes do concelho de Alcochete, nomeadamente:
- O lançamento urgente de ações regulares de manutenção dos navios, necessárias para o cumprimento da normal circulação das carreiras da TransTejo;
- Que sejam tomadas as medidas necessárias para travar a deterioração do cais do Seixalinho;
- A alocação urgente pela tutela dos meios necessários à reposição dos stocks de peças necessárias às operações de manutenção, indispensáveis para evitar a imobilização dos navios por pequenas avarias;
- O lançamento de um programa de admissão de pessoal e formação profissional, de modo a repor os efetivos necessários que possam dar a resposta às necessidades diárias de manutenção e operacionalidade da frota;
- A criação de um passe social intermodal que permita a circulação em toda a AML, incluindo os parques de estacionamento de apoio, que permita a atratividade do transporte público em detrimento do transporte individual.
A câmara municipal aprovou igualmente o envio desta tomada de posição para a assembleia municipal, ministério do Ambiente, conselho de administração da Transtejo, órgãos da Área Metropolitana de Lisboa, grupos parlamentares e comunicação social.